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sábado, 3 de outubro de 2009

A menina mini médica, em Ipanema.

Naquele final de tarde, especialmente naquele dia, após um encontro fortuito na noite anterior com a menina mini médica, fui passear em Ipanema, sei lá porque tenho minha preferência pelo Leblon ou Copacabana, mas como iria eu, com meia década de existência contrariar uma menina sagaz, esperta , uma verdadeira gazela inquieta? Atendendo aos meus apelos mais íntimos, terminei minhas tarefas, passei num bazar, destes de presentes inesperados e comprei um mimo pra minha musa, cheguei no flat, após um demorado banho, caprichei no perfume, escolhi a melhor roupa, para aperfeiçoar a performance, descansei um pouquinho, não fui capaz de adormecer, o acelerado das batidas cardíacas não permitia isso, as mãos estavam úmidas, a saliva parecia faltar, estava eu em perfeito descontrole emocional, desviar o olhar do relógio era quase impossível, olho o sol a descambar, olho a imagem bonita do Cristo Redentor, volto à janela e descanso meu olhar numa bela roseira amarela lá em baixo num jardim próximo, namorados passeiam pelo calçadão do aterro do Flamengo, a praia está ainda com muitos freqüentadores, belas moças, sarados rapazes desfilam suas beldades, pra meu coração inquieto nada disto tem qualquer valor, mais parece um deserto arenoso, assim estou neste momento, envolto, absorto, dominado por uma paixão inexplicável, quase doentia, um sentimento gostoso no começo, mas dilacerante ao longo do tempo, ela...sequer sabe ou imagina que nossa amizade andou para este lado, paciência, como posso eu dominar este avassalador e gostoso palpitar, se não tenho sequer um pouquinho de desejo em segurar esta emoção?
Finalmente é hora de descer, traçar o esperado caminho de ir ao encontro desta menina flor, a mini médica que sem perceber tomou conta do meu ser, dominou meus valores e hoje ilumina meu dia, toma pra ela, meu conto, minha vida e toda a poesia.
Após telefonar, ela aparece, vem com um vestido cor pastel assim meio terra, duas alças presas com botões tipo flor, um sobrepor de rendas um pouco acima dos joelhos deixa à mostra suas bonitas pernas e com um decote generoso posso admirar seu colo encantador, seus seios de uma beleza ímpar, cabelos soltos (ah, como deliro ao ver as mulheres com os cabelos ao vento, ela, especialmente ela, fica ainda mais tentadoramente, linda), para recebê-la canto mansamente...Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela menina que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar, moça do corpo dourado do sol de Ipanema... sem pensar abro os braços, um Cristo a mais em plena Ipanema, ela acomoda-se gostosamente, ela aninha-se, cola, tenta entrar inteira em mim, tomamos um ao outro num beijo molhado, demorado, penetrante, mas tão intenso que não parece-me nestes anos todos ter experimentado algo tão contagiante, o que justifica minha louca paixão...
_Meu gato, você veio meu lindo! Disse ela deixando-me à vontade para sentir sua pele macia, alisar suas costas seminuas, apertar seu corpo contra o meu, seu vestido soltinho, leve, permitia-me sentir a marca da sua intimidade, são do tamanho exato, destas que nossa mão quase abraça toda, a menina mini médica estava ali, era tudo o que eu quisera ao longo da noite, ao decorrer do dia... _Um mimo pra você.
_Pra mim, pulseira, adoro pulseiras, não consigo sair de casa sem usar algumas, acho que é coisa de Libriana, Libra tem tudo a ver com estes badulaques, obrigada, você teve uma ótima idéia mostrou muito senso de percepção, o que levou a atender meu pedido e vir passear em Ipanema?
_Paixão, não vejo nada a não ser você, não respiro, não engulo, não vivo sem tê-la no meu pensamento...
_Nossa, que exagero, não gosto deste sentimento, paixão é uma violação à quietude, é dolorida, prefiro um amor romântico, uma coisa mais leve, profunda, mas com chance de ser duradoura...
_Legal, mas como dominar, como deixar de sentir o que é indomável, o que é avassalador, é fogo, destrói para reconstruir, como segurar aquilo que o próprio coração não quer desconhecer?
_Não sei, lá vem você com suas definições, basta lá em casa, dizem que eu deveria crescer, que há quatro anos fiquei adulta e ainda não percebi, sei lá, o que é certo é que não quero viver uma paixão, acho que podemos passear, curtir este Rio maravilhoso, estudar aquela proposta de um viagem de Yate, achei legal a idéia, um barato mesmo, a gente passar um final de semana no litoral norte de São Paulo, são lindas as praias por lá...
_Então você aceita, disse que ia pensar...
_Então, pensei, achei uma boa, adoro Ilha Bela, Guarujá, de barco vai ser um sonho, um delírio, vamos viver a vida meu gato, viver as emoções de cada momento...
_Boa idéia, certa vez alguém me perguntou o queres comigo? Eu disse, não sei, as relações não começam com respostas, o mágico, o legal de um relacionamento é a emoção diferente de cada instante, até porque somos movidos pela razão e emoção, aquilo que é bom hoje, pode não ser bom amanhã, vamos marcar nosso passeio, aproveitar para ver como voltaremos, quem sabe consigo ganhar este coraçãozinho meio médico...
Passeávamos enquanto a noite avançava, um bar com meia luz, casais aconchegados, uma música suave convidava-nos a entrar...detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes pra esquecer, e a toda hora vão estar presentes, você vai ver...
Ela encostou bem a cabecinha no meu peito, enovelou-se ao meu corpo, enquanto eu acariciava sua barriguinha malhada, deixava deliciosamente minha mão descer, percorrer paraísos nunca d’antes por mim desbravados, ia envolvendo-a, aquecendo seu corpo e coração, sentia o calor daquele corpo, imaginado, sonhado a poucos dias quase sem querer descoberto, estava enlouquecido de tanta paixão...as horas voaram, a madrugada chegou rápido, sem ter piedade dos amantes...
Ao chegar em casa, ela questiona-me, não sei porque, _nos encontramos amanhã?
_Minha gatinha linda, gostaria de não lhe encontrar, apenas ficar aqui, te olhando, te amando, mas...
_Então tá, telefona e loca um Yate bem legal pra nós, prometo ser bem boazinha contigo e fazer a viagem dos sonhos, lá tem cozinheiro?
_Não sei, estas coisa fazem parte do efeito surpresa, estão inclusas no pacote da minha paixão..nos beijamos demorado, nos apalpamos deliciosamente, deixamos nosso fogo para depois, nossa vontade e desejo quanto mais esperam parece melhor ficar...
Por Wcastanheira
Da série, o conto não pode parar, um passeio em Ipanema, a doce praia eternamente menina, para tentar agradar a menina meia médica, coisas de um poeta enlouquecido, salve os delírios dos pequenos vates!! Bjos, bjoss

5 comentários:

  1. O q dzer? Lindo, poético, vc tem um modo todo especial de encantar é gostoso ler seu post, é todo poesia, tem um ar de mistério, vc conquista aos poucos, esta menina qdo for médica só vai querer atender a este tio, uma loucura seu modo de atrair as musas, cada conto é uma nova tática, comodeve ser bom ser sua inspiradora, parabéns mais uma vez conquistou a mulherada, beijócas.

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  2. Muito legal seu conto...cheguei a pensar q era algo verídico..hehehe

    Muito obrigada pela visita no meu cantinho.

    Bjoka

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  3. Quero ler mais e mais... tô adorando a história!!!!
    Mto envolvente... bjos e parabéns

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  4. Parabéns pelo conto. É romântico, sensual. Quase verdadeiro. Bjos e parabéns.

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  5. Amei seu comentário em meu blog.
    Quanto as Olímpiadas você esta certíssimo!Fosse para o que fosse a verba...alguma coisa iria ser desviada também.(Risos)
    É a vida!

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