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terça-feira, 30 de junho de 2009

Zero Hora. 30/06/09

Tema p/debates:
Racismo no futebol deve ser tolerado?
Claro que sim. É evidente que sim. No calor da disputa, os nervos afloram e ficamos às vezes descontrolados, nem sempre a razão floresce, o calor da disputa leva o atleta a estar totalmente envolvido de corpo e alma, portanto incapaz de analizar certas discussões que tomam teor acalorado, condenar alguém por atitude rascista no futebol é exagero, uma ato de quem jamais esteve numa disputa acalorada.

Wanderlen Castanheira – Tramandaí (RS)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

CHICO BUARQUE, PRA NÓS, UMA DELÍCIA

O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia
Trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada
Que tocou meu coração
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não

O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada
Que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração

Por: Wcastanheira, para deleite dos nossos leitores, um pouco do Chico

domingo, 28 de junho de 2009

PORQUE TE AMO?

PORQUE TE AMO?
Talvez seja pela tua indiferença, por este teu modo de me olhar ou quem sabe pela beleza do teu cabelo, pela singularidade do teu sorriso, quem sabe pela excitação de ver teu esguio corpo, de ver cada curva em cada olhar que a ti dirijo e assim vou me apaixonando a cada dia.
Porque te amo? talvez pela simplicidade do teu bom dia ou pela beleza do teu oi, talvez te ame pela quantidade de veses em que me dizes, não.
Talvez te ame, pela dificuldade de te encontar a sós, pelo teu modo bonito, inteligente e discreto de me evitar, te ame, apenas e tão sómente pela incrível força desta obseção que virou, te amar.
Porque te amo? talvez pela maneira dócil, com que comigo falas ou quem sabe por nossas conversas fragmentadas, por nossas perguntas sem respostas, pelos nossos viajares intermináveis, em idas e vindas a tantos lugares, lugares nos quais ainda sonho em contigo um dia estar.
Porque te amo? Talvez pela inquietude deste meu coração vadio ou quem sabe porque ele quer contigo ficar ou contigo casar, talvez te ame, pela beleza singular deste olhar tão verdinho, tão parecido com a beleza do mar, talvez pois, pela poesia do meu coração que sempre vê a beleza do mar contida no encanto deste teu belo olhar, não sei dizer porque te amo, então... muito menos o quanto te amo, mas sei que de coração, te amo.
Porque te amo? Sabem lá os poetas das coisas que questionam e inquietam seus corações? Eles, apenas amam e criam musas e vibram de amor e infinitas paixões, te amo talvez pela maneira simples com que tentas ajudar minh'alma inquieta, talvez pela piedade que tens para comigo, tentando dar-me a cada dia um pouco de esperanças em um dia quem sabe ter o teu amor, te amo pela beleza da tua paciência em buscar a cada momento entender minhas angústias e de algum modo com teu amor, seguras a cada dia meu desespero por te amar, te amo, mesmo sabendo da tua falta de amor, não percebo em ti, indiferença em momento algum, te amo , mesmo sabendo que a outro amas a mim encantas a cada dia com tuas delicadezas, te amo, mesmo entendendo que não sou pra ti, mais que um pobre homem na busca do quase impossível, te amo na espera de uma migalha de atenção, te amo, na espera de ao menos sentir o calor da tua mão, teu amo porque sei... um dia posso ter ainda teu coração.
Porque te amo? Porque a um homem podem roubar a liberdade, mas jamais a busca pela completa liberdade, te amo, te amo... pois o dia em que não te amar, a vida de algum modo haverá de comigo acabar, te amo, e sou feliz por apenas... te amar e loucamente por ti... esperar.

Por: Wcastanheira Momentos de devaneios poéticos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Jornal Dimensão Tramandai/imbé 26/06/09

Opinião Comunidade

Módulo esportivo
Preocupa-me a situação do abrigo da arquibancada do módulo esportivo, pois hoje já podemos contar 3 moradores albergados naquele espaço, são mendigos, típicos moradores de rua, mas quem garante que no futuro não poderemos ter ali, marginais e vândalos que podem fazer seu ponto de observação para ataques ao cidadão transeunte ou morador da localidade? Sugiro ao órgão público o fechamento da área, a construção de algo útil ao contribuinte, basta ver o exemplo de outros estádios, todo aquele espaço é próprio para comércio ou algum berçário público, busquem parcerias, está cheio de empresas que podem dar utilidade ao local, ou vamos esperar o pior acontecer? Sr secretário, basta parar um pouco e ver, aquele espaço depende de muito pouco para ser utilizado para o bem e o desenvolvimento da comunidade. Pare, pense e tome uma atitude pró ativa. Nós, povo de Tramandai, agradecemos por sua inteligente ação. O módulo aberto é um desperdício de dinheiro público.

Wanderlen Borges Castanheira – Indianópolis

AMIZADE!! O ANJO QUE CUIDA DE NÓS!!

Amigo
(Marcelo Batalha)

Difícil querer definir amigo.
Amigo é quem te dá um pedacinho do chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um pedacinho do céu, se é o sonho que te faz falta.

.Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas.
É quem tentou e fez, e não tem o egoísmo de não querer compartilhar o que aprendeu.
É aquele que cede e não espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante qualquer contigo já o realimenta, satisfaz.

É quem já sentiu ou um dia vai sentir o mesmo que você.
É a compreensão para o seu cansaço e a insatisfação para a sua reticência.
É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir devagar, a angústia pela compreensão dos acontecimentos, a sede pelo "por vir".

É ao mesmo tempo espelho que te reflete, e óleo derramado sobre suas águas agitadas.
É quem fica enfurecido por enxergar seu erro, querer tanto o seu bem e saber que a perfeição é utopia.
É o sol que seca suas lágrimas, é a polpa que adocica ainda mais seu sorriso.

Amigo é aquele que toca na sua ferida numa mesa de chope, acompanha suas
vitórias, faz piada amenizando problemas.
É quem sabe que viver é ter história pra contar.
É quem sorri pra você sem motivo aparente, é quem sofre com seu sofrimento, é o padrinho filosófico dos seus filhos.
É o achar daquilo que você nem sabia que buscava.

Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não, pequenos bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas.
É aquele que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos.

Amigo é multimídia.
Olhos... amigo é quem fala e ouve com o olhar, o seu e o dele em sintonia
telepática.
É aquele que percebe em seus olhos seus desejos, seus disfarces, alegria, medo.
É aquele que aguarda pacientemente e se
entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu olhar, e é quem tem uma palavra sob medida quando estes mesmos olhos estão amplificando tristeza interior.

Amigo é aquele que te diz "eu te amo" sem qualquer medo de má interpretação: amigo é quem te ama "e ponto". É verdade e razão, sonho e sentimento. Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não exista".

"Pode haver nada mais confortável neste mundo do que um amigo velho?
Não tem surpresas conosco, mas também não espera de nós o que não podemos dar. Não se escandaliza com o que fazemos, não se irrita, ou, se se irrita, é moderadamente.
Não precisa a gente lhe explicar nada, o mecanismo de novos interesses e até mesmo de novos amores, porque o velho amigo conhece todos os nossos mecanismos. Mas, além dessa capacidade de compreensão quase infinita, se o amigo velho nos é acima de tudo precioso é porque preciosos também somos nós para ele."

Por: Wcastanheira Pra pensar, no quanto vale manter nossos relacionamentes aquecidos pela atençaõ e carinho de uns para com os outros.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Uma receita deliciosa da amiga, Camila.

Receita de Dona Cacilda

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.
Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
- Ah, eu adoro essas cortinas...
- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...
- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa. E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem...
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:
- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.
Depois me pediu para anotar:
Como manter-se jovem:
1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.
2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos! )
3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja.
Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
4. Aprecie mais as pequenas coisas
5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!
6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.
7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refugio.
8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a.
Se é instável, melhore-a.
Se não consegue melhora-la , procure ajuda.
9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa.
10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.
E, se não mandar isto a pelo menos quatro pessoas - quem é que se importa?
Serão apenas menos quatro pessoas que deixarão de sorrir ao ver uma mensagem sua.
Mas se puder pelo menos partilhe com alguém!

Com amor tudo fica mais leve e fácil

Por: Wcastanheira
Uma colaboração da amiga Camila, para deleite dos nossos leitores.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Só por hoje, sentí-me, louco e...acordei.

Só por hoje, pensei que estava louco, louco? Louco sim, maluco de dar dó, pois, andei pelas ruas e vi crianças brincando na praça, jogando bola nas ruas e os guardas sentados, batendo um bom papo, vi os carros andando lentamente observando o espaço destinado aos pedestres e respeitando a criançada, hoje só hoje, pensei estar louco. mas, louco? É, doido varrido, vi um casal de velhinhos passeando de mãos dadas, vi um casal de namorados aos beijos no jardim da praça e... pasmem, vi um pipoqueiro parado à porta de um belo cinema e crianças a correr comendo pipóca doce, além do vendedor de algodão com sua matraca a tocar pelas ruas, ainda na minha loucura, vi casais andando de mãos dadas, sem auqueles agarramentos que parecem cenas de sexo explícito ou quase isto, não, andavam a passear, apenas passeavam olhando as estrelas, contando-sa talves, hoje, sentí-me louco, não acreditei na doce realidade de ver pássaros pousados na minha janela, vi andorinhas e... você pode não acreditar, vi muitas borboletas, eram lindas, multicores e pluriformes, mas isto ainda era o cair de uma bela tarde de inverno, a noite senti ainda mais minha doce loucura, vi vagalumes a iluminar os campos, ouvi o coachar dos sapos e até parece ter ouvido o chilriar de algumas corujas, juntando tudo conclui que verdadeiramente estava fora de mim, nada era possível, além de sonhos,e...não estava sonhando, apenas vivi um momento de delírio total, um delírio de imenso saudosismo, na praça havia um coreto, ornado por rosas amarelas, semprevivas, jasmins e orquideas, mais ao fundo um chafariz com uma fonte iluminada e uma banda com uniforme brilhante avançava tocando uma alegre marchinha destas que fazem todos bater o pézinho, alguns bebados já dormian tanto embaixo quanto acima dos bancos, os bares já haviam fechado, mas sei lá de onde apareciam moças pintadas, com belos vestidos floreados e bochechas coradas, um vendedor de flores trazia consigo, rosas irressitivelmente lindas, parei, olhei e... comprei algumas para doar a mulher mais linda da praça, você meu amor, estava lá, envolveu-me em seus braços deu-me um acalorado beijo e... eu, simplesmente, acordei.

Por Wcastanheira Numa noite de inverno, pensando no quanto é importante viajar no tempo.

Jornal Dimensão Tdai. 21/06/09

Opinião Comunidade

O avanço do Crack

Aos senhores pais e outros educadores, precisamos nos engajar de todos os modos, com todas as forças nesta campanha de proteção aos nossos jovens. Nossas cidades estão sendo invadidas pelos usuários desta droga que destrói o ser humano, ela avança sobre as falidas famílias, mas infelizmente também, sobre aqueles que julgam estar organizados. A classe distribuidora atinge a todos com suas técnicas até agora ainda não vencidas, a força de coalizão depende de pais, educadores nas escolas, igrejas, imprensa, empresas e clubes, só assim poderemos de algum modo minimizar o efeito maléfico desta droga que hoje podemos dizer é a maior força dizimadora da integridade humana. Dialogar, observar e orientar os filhos é o mínimo que podemos fazer para proteger nossas indefesas crianças.

Wanderlen B. Castanheira

domingo, 21 de junho de 2009

A mulher dos cabelos molhados

A MULHER DOS CABELOS MOLHADOS
POr: Celamar Maione (jornalista)

Fim de festa. O dia clareava quando saí do apartamento de um amigo na Avenida Atlântica. Cansado, mas sem vontade de ir pra casa , resolvi andar pelo calçadão para respirar ar puro. Enquanto exibia um rosto exausto do sono perdido na farra, os adeptos da vida saudável se exercitavam á beira mar. Logo os primeiros raios de sol começariam a diluir as lembranças da madrugada.


Caminhava distraído pelo calçadão, quando avistei Elisabeth vindo em sentido oposto. Alta, magra, vestida com uma calça de lycra azul clara que marcava-lhe o corpo esbelto e uma blusa de malha branca. Os cabelos pretos e presos em um rabo de cavalo, deixavam-na mais jovial e charmosa . Esperei chegar mais perto e segurei - a pelos braços :
- Não me reconhece mais ? Mudei tanto assim ?
Ela sorriu sem graça e tentou disfarçar o constrangimento:
- Estava distraída, desculpe ! Que cara é essa de cansado ?
- Saí de uma festa na casa do Alberto.
- É verdade, você é o homem das noitadas.
- E você a mulher das manhãs.
- Por isso que não demos certo. Os opostos nem sempre se atraem.
Para cortar o início de uma provável discussão, mudei o tom de voz e num gesto carinhoso fiz o convite :
- Vamos conversar um pouco ?


Sentamos num banco do calçadão de frente para o mar tomando água de coco. Durante alguns minutos ficamos em silêncio. Lembrei-me de como amei e ainda amava Elisabeth . Nos relacionamos durante dois anos. Fazíamos planos de casar e ter filhos. Apesar de amá-la, nunca fui fiel . Ela descobriu minhas aventuras e terminou nossa relação, faltando um mês para o casamento. Ferida , viajou para a casa de uma tia em outro estado. Um ano depois voltou para a casa dos pais . A saudade me fez perceber o quanto eu a desejava. Tentei reatar . Ela não me quis mais.


As lembranças me vieram a cabeça. Quebrei o silêncio e perguntei , tentando aparentar naturalidade, mas sem querer ouvir a resposta :
- Já casou ?
- Vou me casar.
- Quando ?
- Daqui a uma semana .
- Você o ama ?
- Estou feliz.
- Perguntei se você o ama.
- A felicidade não tem nada a ver com amor.
- Não ?
- Amei você e não fui feliz.
- Ainda me ama ?


Apertou os lábios e olhou para o mar fugindo da resposta. O sol nascia forte , denunciando a chegada de um dia quente e de muito calor. Peguei-a pelas mãos :
- Vamos caminhar.


Uma sensação de liberdade tomou conta de mim. A mulher que eu amava e perdera, estava ao meu lado. Caminhamos pensativos durante meia hora. Elisabeth quebrou o silêncio me convidando para recordarmos os velhos tempos. Perfeito. Passamos a manhã entre os lençóis . Meio-dia ela se levantou decidida:
- Preciso ir , minha família deve estar preocupada.
- Não quer ficar mais ? Podemos almoçar juntos ?!


Ela sorriu e entrou no banheiro. Quando saiu, estava com a roupa de ginástica e os cabelos soltos e molhados. Colocou os tênis e me olhou secamente. Seu olhar me gelou a alma. Não era mais aquela mulher que vibrara em meus braços .
- Gostei do nosso encontro. Desejo-lhe tudo de bom . Seja feliz !
- Não vamos mais nos ver ?
- Não. Semana que vem serei uma mulher casada. – Sorriu sem vontade.
- Mas...
- Mas o quê ? Nosso encontro foi a minha despedida de solteira. Obrigada.
- Não sabia que você tinha se tornado uma mulher vingativa.
- Que palavra feia. Estou apenas vivendo os bons momentos. Não era o que você me dizia : “ Elisabeth, viva os bons momentos ?!”
- Podemos viver outros bons momentos se você quiser.
- Você conhece a palavra lealdade ?


Ela ajeitou a franja que insistia em cair nos olhos, jogou um beijinho com a ponta dos dedos e saiu . Demorei para me recuperar da surpresa . Corri até a janela e ainda a vi dobrar a esquina com os longos cabelos molhados .


Meu filho me sacudiu . Acordei assustado :
- Aconteceu alguma coisa ?
Ele sorriu:
- Pai, o senhor dormiu no sofá com a tv ligada. Depois diz que eu é que sou dorminhoco.
- É verdade – ri passando a mão pelos cabelos dele - ferrei no sono .
Desliguei a televisão e entrei no quarto. Deitei ao lado de Marizia. Ela fez um gesto com as mãos me procurando . Em seguida se virou para o lado e continuou dormindo.
Eu a conheci três meses depois do último encontro com Elisabeth. Casamos porque ela engravidou. Nunca a amei. Marizia é ótima esposa e excelente mãe. Nosso casamento é perfeito. Já dura oito anos. Tenho uma amante fixa há três . Ela não sabe. Acho.


Elisabeth é a mulher da minha vida. Nunca mais nos vimos. Ás vezes as lembranças são tão fortes que sinto o cheiro de seus cabelos molhados exalando um perfume suave pelo quarto. Feliz do homem que tem um grande amor para recordar.


Uma obra prima da amiga: Celamar Maione

sábado, 20 de junho de 2009

O BRILHO MÁGICO DA MAÇÂ

Maçã

"Porque eu estava lá quando você disse:
Pra sempre e sempre"
[Forever and Always - Taylor Swift]

Olhe só para esse céu. É noite e o brilho das estrelas traduz a forma como me olhou quando estávamos deitados sobre a grama do seu jardim, lembra? Você estava do meu lado em sua forma mais perfeita e me acariciava com tuas mãos doces de cuidado, enquanto fazíamos planos, esperava-mos por um amanhã brilhante de amor e desejos enquanto eu, com a cabeça em seu peito, sentia as batidas de seu coração, com as mãos ávidas por descobrir seu corpo, palmilhava em delícias nunca antes desbravadas, tremia de amor e paixão. NOs sentamos e com a delicadeza de uma dama de companhia você levanta, me olha nos olhos e me chama para dançar, assim nos enlaçamos e rodopiamos alegres, infantis, felizes. Nosso palco eram as estrelas e nossa música era o amor, nosso encantamento era especialmente um ao outro, estrela, lua e adormecidos passaros, a paz, que paz, o silêncio apenas quebrado por nossos murmúrios, pelas batidas aceleradas dos nossos corações, pelo respirar continuamente volumoso e por momentos tão calmo. Doce orquestra...

Eu não queria ser pego, mas a única coisa que passava pela minha cabeça era a forma como mordia seus lábios olhando pra mim. E nós paramos. Você me olhava cheia de ternura e brilho das estrelas. OOh, eu não queria ser pego,queria apenas deixar-me de algum modo ser levado pelo teu encanto mas você me puchou pra junto de si. Foi o primeiro beijo, foi doce, foi maçã.

Você moldou seus braços à minha cintura, nossos corpos estavam ligados e eu queria te manter ali: presa à mim, pelo elo do nosso beijo e ao candiado do coração. Um segundo a mais. Você me abraça, um segundo a mais você me beija, um tempinho a mais e você me teria todo, mas...
nós brilhamos e já era tarde: Você era o brilho da maçã, meu fruto proibido, de algum modo o sol veio, o relógio tocou e... já era tarde, nosso doce sonho acabou.


Por; Wcastanheira Um carinho aos sonhos dos amantes, que sonham, que vibram com a força desmedida dos desejos.

Zero Hora 20/06/09

O Gaúcho é um povo arrogante?

Nós gaúchos recebemos uma cultura de pai pra filho de que o importante é manter a palavra, cumprir acordos tratados, apesar disto temos políticos que esquecem isto e não honram a tradição da palavra do nosso póvo, isto lógicamente prejudica a imagem de povo que preza por aquilo que foi combinado, olho no olho.
Somos um povo educado para falar a verdade, portanto convicto. O gaúcho não é arrogante, mas, sim, verdadeiro.

Wanderlen Castanheira
Marítimo – Tramandaí

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Zero Hora 18/06/09

SOBRE ZH
A qualidade da coluna “A pedagogia do crime”, de Moacyr Scliar (ZH de 9 de junho, página 3) é sensacional. A inteligência, a forma clara com que aborda o caso do tio, em Santa Catarina, que ensinava a sobrinha a atacar e assaltar uma vítima, usando uma boneca e uma arma de brinquedo.
Vindo de um imortal, só poderia sair um texto com esta qualidade, nossos colunistas superam por veses a expectativa do público, mas por outro lado descem ao nível de cada um de nós, usando as expressões e vocábulos que gostaríamos de usr em momentos como este da bela matéria do Scliar.
Nosso jornal cada dia mais se especializa com grandes colunistas que de forma direta e clara conseguem dar seus recados usando a linguagem do povo. Parabéns a Zero Hora.

Wanderlen Borges Castanheira
Marítimo – Tramandaí

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Canção das mulheres, Uma pérola da querida Lya




Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais. Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta. Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor. Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso. Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes. Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais. Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida. Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize. Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire. Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso. Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft


Por: Wcastanheira Esta poetiza é fantástica, qdo escreve deixa transcorrer um sentimento profundo do q vai no seu coração, recebi esta delicia de uma pessoa amiga e reenvio com carinho pra vcs, neste final de domingo em q convenhamos, os devaneios não vieram, sei lá espero q anjos me ajudem nos próximos dias, pois poetizar é preciso, pra vcs bjos e bjos.

Um ode a um apaixonado!!

Se por acaso uma suave brisa teus cabelos tocar, não te assustes é minha saudade que insiste em te visitar, não te deixes preocupar com o passar das horas, pois após cada uma delas passar mais perto está o momento de a gente se encontrar.
Quando teu vestido fores escolher, lembres das cores amarelas, das minhas manias singelas, dos meus valores e saibas que entre amores, não há pra mim amor maior que o teu, não acredito que alguém na terra nascido, maior contemplação, por uma mulher tenha vivido, por isso minha amada, não contes a noite, espere apenas pela madrugada, não te demores nos lugares, não te aconchegues em outros braços, corra sempre para o aconchego dos meus... abraços, se alguém contigo por acaso uma palavra quiser ter, jamais esqueças que pela tua palavra, sou capaz de morrer, não penses um minuto sequer em me ter perdido, pois se isto for, com certeza, terei morrido, mas enquanto vivo estou, enquanto respiro e consigo minha vida ir levando, digo e canto o quanto estou... te amando.


Por: Wcastanheira Num entardecer, um versejar para um coração apaixonado!!

SAUDADES DO POETA DA PRAÇA

Neste dia chuvoso, em que a inspiração vem através da neblosidade, da falta as veses do que fazer... como não sentir saudade do poeta do sapato florido, das passargadas, das janelas, da rua dos Andradas, da Porto Alegre, tão alegre, das musas, tão musas, saudade, saudade dos seus anjos que por veses insisto em chamá-los mas eles insistem em não visitar-me, então penso... poeta etéreo, envia pelo menos um dos teus anjos e por certo assim terei a inspiração necessária para convencer pessoas, autoridades e poesia para encantar minha subjetivas musas... óh meu poeta, talvez seja vaidade minha chamar-te, _ meu, um meu assim tão intimo, tão pertença, talvez queiras como na tua poesia, ser do mundo... mas pelo menos por um minuto empresta-me tua inspiração para que possa a alguém encantar com tua doçura emprestada.

Se as coisas são inatingíveis...

ora! não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos

se não fora a mágica presença das estrelas!
"(Mário Quintana

Por: Wcastanheira

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Da amiga, Nade, uma pérola.

Lugar Melhor Não Há!


Nádia estava com olhos marejados. Todos que a viam caminhar em direção à sua mesa perceberam as lágrimas escorrendo pela face da bela moça, mas ninguém podia imaginar o porquê daquela tristeza tamanha. Ela, no entanto, queria que logo o seu dia de trabalho terminasse pra que pudesse ir embora dali.

Anderson, supervisor daquele departamento, ficara sabendo do estado em que a amiga se encontrava, mas também não sabia o motivo presente nos olhos e no coração daquela mulher que sempre estivera sorridente nos dias mais conturbados no trabalho, com muito otimismo a ponto de contagiar quem tivesse por perto.

- Nádia, o que há com você? Quer conversar?

- Nada, não, Anderson. Logo passa… Mas… Seria melhor que você pudesse me liberar hoje…

- Tem certeza que não quer conversar? Nunca a vi deste jeito…

- São apenas alguns problemas, mas que… terei que resolver.

- Bom, por mim, não há nenhum problema. Nós somos humanos e temos os nossos dias de fraquezas, isto é, quem demonstra fraqueza tem que ser muito forte. Vai pra casa, toma um bom banho, relaxe para que possa enxergar estes problemas que a pertubam com olhos sábios e serenos, visualizando a solução que terá que tomar.

- Obrigada pelas palavras, Anderson! Sem saber do meu problema, já me ajudou muito! Obrigada mesmo!

- Que é isso… Precisando de um ombro amigo, pode contar comigo, está bem.

- Eu sei disso. Bom, irei pra casa de minha mãe. Lá terei o colo que tanto preciso…

- Nada melhor que a casa da mãe da gente, não é mesmo! Tenho certeza que ela lhe dirá as palavras certas que precisas ouvir.

- É verdade… Nada como a casa da mãe da gente… Lá, sinto-me em casa sempre, mesmo que fique dias sem aparecer por lá! Deixe-me ir, então… Obrigada mais uma vez!

Nádia seguiu pelo corredor até o elevador, dando adeus aos colegas de trabalho, que desejaram melhoras pra ela.

Ao entrar em sua casa, ao ver Nádia caminhando em sua direção e com os olhos vermelhos, Sônia estendeu os braços e acolheu aquela mulher-menina. Não falou uma palavra, pois sabia que o que sua filha precisava era somente do seu abraço e do seu colo quente. Puxou o rosto dela e deu-lhe um beijo na testa, ficando, as duas, abraçadas por um bom tempo…

“Foi o que eu quis fazer alguns dias atrás…”


Numa segunda feira em que tentei, tentei, mas os anjos não visitaram-me, enviaram-me esta preciosidade da Nade, para vermos o quão importante e dócil é uma palavra de mãe, nestes tempos em que parece que apenas uma folga é o que precisamos, não, o que mais recupera-nos é o colo, do papai, da mamãe, de um grande amor, mas um... colo, com qualidade suprema, diferente das carícias genéricas, parabéns Nade, mais uma vez, vc foi genial.

Por wcastanheira

sábado, 13 de junho de 2009

Jornal Dimensão Tdai/Imbé 11/06/09

Opinião Comunidade


A segurança nas escolas
Sou vizinho da escola, Thomas Osório, no bairro Indianópolis, por isso não posso deixar de tentar usar a extraordinária força de comunicação deste respeitado jornal. Diariamente, após a largada das aulas à tarde (17h), pequenas crianças com idades a partir dos 6 anos, esperam por até 30 minutos pela passagem do ônibus escolar, ficam brincando à beira da faixa, correm de um lado para outro, sem nenhum adulto para vigiar seu comportamento. Estamos à beira de um acidente com crianças ali, pois é muito tempo de exposição ao perigo, são muito jovenzinhas ainda e estão brincando com toda a naturalidade. Faço um apelo às autoridades. Escalem um vigilante para esta escola, pelo menos durante este espaço de tempo, porque é muito risco. Já presenciei vários ‘quase’ acidentes ali, pois as crianças são ainda muito pequenas e não tem a noção do perigo. Prevenir é muito melhor que remediar. Um só acidente é muito acidente. Escalar um vigia para cuidar das criancinhas do Thomas à tarde, não deve custar muito, e pode evitar tristezas ou perdas irrecuperáveis. Nossas crianças agradecem se alguém ler e atender a este apelo.
Wanderlen Borges Castanheira – Indianópolis

Zero Hora 13/06/09

  • Debates@zerohora.com.br

    Certamente, o sistema de transportes é que deixará mais benefícios, a rede hoteleira crescerá, gerando mais empregos, além das agências de viagens, que crescerão. O Estado terá muitos lucros sociais, com certeza a infra estrura de saneamentos também haverá de ter algum ganho, certamente presídios e escolas não melhorarão, mas ficará mais fácil investir nisto logo após a copa, creio muito em melhoramentos especiais só para mostrar que não somos tão pobres como aparentamos

    Wanderlen Borges Castanheira
    Marítimo – Tramandaí

  • sexta-feira, 12 de junho de 2009

    Experiência com a felicidade!!

    O dia, foi com certeza diferente, diferente de outros dias, os sorrisos pareciam diferentes, as pessoas pareciam mais felizes, com certeza meu olhar estava também com mais brilho, a noite fora diferente... quando estamos felizes e deixamos irradiar esta luz, tudo em nossa volta parece-nos melhor...e as pessoas ficam melhores, avida parece mais leve e as coisas boas fluem.
    Naquela tarde, decidi passear a beira mar, poucas pessoas circulavam por lá, final de tarde, já quase ao cair da noite, poucas pessoas por mim passavam, mas apenas uma interessava realmente que estivesse por lá, andei, perambulei e como por encanto... ela, com seus cabelos molhados, uma prancha debaixo do braço, com sua roupa de surfista, coladinha, desenhava a maravilha do seu esbelto corpo, ao longe, muito ao longe, notei que arrumou o cabelo, estiquei meu passo até então sem rumo, na direção daquele corpo que vinha saltitando em pleno calçadão, nossa distância encurtava cada vez com mais velocidade, agora já posso ver seus cabelos dourados, as sardas do seu rosto delicado e porque não, já sinto o sabor delicadamente salgado da sua pele alva, não nos abraçamos, simplesmente nos jogamos um nos braços do outro, um enlace demorado, quente, quase colado, parecia que o tempo havia parado, daqui a pouco a noite chegaria, então... porque preocupar-se com a usura das horas, o sol deitava-se a pouco, a lua bonita e generosa deslumbrava encantada no horizonte, a tarde trocara de luz, deixara o dourado encantador pelo prateado dos amantes, o brilho prata do mar confunde-se com o preto, o negro mágico dos seus olhos, nosso enlace termina com um beijo demorado e um olhar de...queremos mais, e assim enladeados um do outro avançamos a caminho do mar, nossas pegadas deixam a prova da nossa unidade, para quem segue os caminhares pelas areias, e assim encantados um com o outro, sentamos sobre a prancha a adimirar a beleza poética do namoro da lua com o mar, ela arredondada, brilhante, prateada vai esculpindo cada onda com seu colorido charme de dona da noite, aos poucos alguns namorados vão chegando, na orla flui o amor, a paixão, as promessas, um barco passa ao longe, mas não tão distante, que olhando pra ele não possamos sonhar com um navegar, um passeio em alto mar...por lá viajamos, adentramos ao mar em nossos vivos pensamentos...levantamos lentamente, vamos de encontro a água, ela brinca, solta-se igual a uma menina encantada com seu novo brinquedo, caminhamos a beira mar, num jogar de água, num empurrar de corpos, num abraçar e beijar e caminhar e correr, brincadeiras de final de tarde, pensamos apenas em nós, amantes não pensam nos outros, a felicidade estava ali, a felicidade era aquilo e eu e ela estávamos felizes... enquanto a noite avançava, nos deliciavamos em brincadeiras com a natureza, isto é ser feliz, pensei eu, estou feliz pensei eu, e com o avançar da noite parecia que o mar ficava ainda mais lindo, a lua a certa altura emprestava uma candura indescritível à beleza do contraste ao qual assistíamos, assim andamos pela noite e brincamos com a felicidae de ser apenas dois amantes a curtir a natureza encantadora de um lual, despretencioso, amigo, testemunho apenas de dois amantes que queriam viver a experiência de apenas ser feliz.
    No outro dia, apenas acordamos, tomamos um banho, um delicioso café e... fomos trabalhar, felizes, vimos as pessoas felizes, passamos às pessoas nosso ar de felicidade e concluímos que para viver esta experiência basta apenas decidir, não vou complicar, pois só quero na vida é ser feliz, se hoje a vida ofereceu-me esta oportunidad, então... de algum modo tentarei ser feliz.



    Por Wcastanheira. Após um feliz dia de trabalho, aconteceu algo especial? Não, para ser feliz basta apenas viver as coisas na sua simplicidade, hoje...tive um dia simples e... decidi, não complicar, apenas, viver.

    quinta-feira, 11 de junho de 2009

    Poema de amor, para qdo o amor chegar

    Quando eu te namorar... quero te fazer a mulher mais feliz do mundo, quero pra ti compor versos de esperança e de amor
    quero ver teu sorriso lindo, sempre aberto
    mas... se chorares
    quero estar por perto.
    Quando eu te namorar quero te fazer esquecer dos teus desamores
    apenas... com meus amores.
    Quando eu te namorar, te ofertarei rosas, te ofertarei carinhos
    tomarei muito cuidado
    para que por entre flores, não te dê eu, espinhos.
    Quando eu te namorar
    te amarei devagarinho,
    não gritarei
    não acordarei aos passarinhos.
    Quando eu te namorar...
    todos saberão, todos entenderão
    pois mudará meu coração
    Não falarei ao mundo pois o mundo entende daqueles que amam
    não contarei aos poetas, pois eles sabem os que amam, como andam,
    não precisarei dizer, contar a alguém
    pois quando eu te namorar
    todos saberão
    minha felicidade de onde vem.
    Quando eu te namorar, andarei aos risos
    e mostrarei os paraízos
    Pularei cercas, andarei mundos. falarei aos ventos
    pois todos precisam saber dos meus contentamentos.
    Quando eu te namorar, não precisarás falar
    nem contar
    nem mostrar
    nem aparentar
    quando eu te namorar
    todo o mundo, mas todo o mundo irá notar.
    Quando eu te namorar
    sei lá como vou ficar
    se vou pular, se vou gritar
    se vou minha promessa, segurar
    de apenas te amar
    e para o mundo não correr
    para contar.
    Sei lá o que poderá acontecer,
    quando eu te namorar
    tudo farei
    para de amores não.... morrer.


    Por: Wcastanheira. Na quietude, aproveitando a visita do anjo do amor, compus para aqueles que apenas...esperam o amor!!!

    quarta-feira, 10 de junho de 2009

    ZERO HORA 09/06/09

    Bandeira maior
    A campanha Crak, Nem pensar é espetacular. Isto é integração com a comunidade, tão necessária quanto a conscientização popular. Enquanto toda a sociedade não organizar uma força de coalizão, será muito dificil, quase impossível dizimar a força e a organização das drogas, eles avançam sobre nossas famílias, destróem nossa juventude, deixando para o futuro uma nação fragilizada em valores humanos e sociais. Combater o tráfico e o uso da droga deve ser sempre a bandeira maior, parabéns ao grupo RBS, a força da mídia é o primeiro passo para mover a parcela consciente e responsável desta sociedade pluralista em valores.

    Wanderlen Borges CastanheiraMarítimo – Tramandaí

    terça-feira, 9 de junho de 2009

    PENSANDO... NO POETA MÓR.

    O TEMPO

    Pra pensar com mais leveza em tudo, nada melhor do que um poema de um de meus poetas preferidos, o gaucho/Alegretense Mario Quintana:
    O Tempo
    A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
    Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira!
    Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano...
    Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
    Quando se vê passaram 50 anos!
    Agora é tarde demais para ser reprovado...
    Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
    Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
    E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
    Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
    A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
    (MARIO QUINTANA)

    Num dia sem inspiração, meu anjo, falou ao ouvido, - Homenageia o poeta da praça, da passargada, do sapato florido, da ruazinha escura, das eternas musas, dos cataventos... pra q falar do poeta dos poetas, se ainda não aprendi a ao menos tentar esquecê-lo...com certeza está compondo poesias lá no céu, fazendo inveja aos seus próprios anjos...

    Por: Wcastanheira

    segunda-feira, 8 de junho de 2009

    A TÁTICA DA FERNANDINHA

    A tática da Fernandinha
    Fernandinha jamais havia se sentido tão nua, especialmente naquele dia. Mas estava vestida, ali, o corpo bem coberto: calças jeans justas, daquelas que deixam a marquinha desejável, nos sonhos mais machistas possíveis, justas como se tivesse nascido dentro delas, botas de cano alto até os joelhos e uma blusa branquinha leve, soltinha, aquelas com decote quadradinho, tão leve quanto a consciência dos homens que admiram as beldades naturais femininas. Ainda assim, sentia-se nua. Os olhares dos homens do lugar arrancavam suas roupas às fatias. Fernandinha recém chegara ao clube no qual seu marido trabalhava como treinador. Havia estacado, parado à margem do campo de treino, apenas queria ver um treino, sentir o clima dos dias de treino, mas os olhares dos jogadores a lambiam como se ela estivesse coberta de leite condensado ou de uma delicada manta de chantily, delírios naturais de quem sofre do mal e da tara por guloseimas, Fernandinha era uma delícia ao natural.
    Arnaldo, o pé de valsa, chamava-se o marido técnico. Um durão. Havia sido zagueiro tosco no passado, e o estilo de jogar se lhe infiltrara na alma. Arnaldão era um ser humano tosco que se dizia sincero, mas um ótimo colega dos finais de tarde pra bebericar umas cervejinhas geladas, nos reuniamos ali, sempre no mesmo barzinho, quase na esquina. Orgulhava-se da sua franqueza, de falar sem subterfúgios, de olhar no olho do interlocutor, aquela coisa, quando se tratava de treinar Arnaldão era áspero com todos, era sempre rude, não dava mole pros seus comandados. Menos com Fernanda. Na frente da Fernanda, ele virava suflê, amolecia, derretia como banha de porco em panela quente. Ela era uns 30 anos mais jovem, era loira ou seja, estava loira, as mulheres espciais, por veses aparecem loiras, morenas, avermelhadas ou castanhas ou vai me dizer que você antes de sair com um a mulher sabe a cor dos cabelos dela pra aquele dia? Sabe não, você arrisca ou as veses sequer tem coragem de arriscar, magra, ela malha, malha... então daí podemos dizer, Fernandinha é magra, alta, cabelos lisinhos, daqueles com mechas delicadamente brancas, linda e sorridente. Tratava-o por? Naldo?, e só ela tinha esta afinidade, podia tratá-lo dessa forma, nem nós companheiros de trago nos atrevíamos a chamá-lo assim, Naldo, usávamos o usual pé de valsa, além do dengo natural, da deliciosa sonoridade da fala mansa de fada madrinha da Fê.
    Pois um dia Fernanda pediu para vê-lo trabalhar. Arnaldão, não recusou ? Ele não lhe negava nada. Levou-a ao campo, mostrando a ela seu habitat de trabalho.
    E foi aí que ela se sentiu nua, completamente desnuda, diante de todos aqueles rapazes.
    No começo, ficou incomodada, estava meio sem jeito, os olhares eram daqueles que depenam, que desnudam. Mas, com o correr do treinamento, os olhares dos jogadores foram cevando-lhe o orgulho de mulher bonita, a vaidade feminina. Era bom ser desejada, era bom saber que os homens cobiçavam seu corpo. Sentiu-se uma pantera, uma cavala, uma cachorra, tudo ao mesmo tempo.
    Depois daquela tarde, suas visitas ao clube se tornaram mais freqüentes, gostava de experimentar a sensação de ser alvo da concupiscência masculina. E cada dia Fernanda ia com uma roupa mais ousada. Deixava que antevissem uma faixa de carne dourada de seus ombros redondos, ou um pedaço das suas longas pernas, ou o delicado piercing que lhe feria o umbigo. Eles ensandeciam de desejo. Eles a queriam, como a queriam, Fernandinha era o alvo maior da equipe.
    Um dia, entre todos, foi o mais especial. Fernanda se encostara à porta fechada do vestiário. De repente, ouviu o diálogo entre dois jogadores que estavam parados do outro lado. Um disse:
    O que eu mais queria era ver aquela mulher nua.
    Fernanda estremeceu. Supunha que falavam dela. Mas seria mesmo? Sentiu palpitações. Apurou o ouvido, quase encostou-o à porta, o outro jogador como que arfou, e o que disse entre dentes quase a fez desfalecer de contentamento:
    Cara, tudo o que eu quero na vida é ver essa mulher do treinador nuinha! Nuinha em pelo!
    E o outro:

    Dou todo o meu salário só para ver aquela mulher sem roupa!
    Fernandinha, como que flutuou pelo pátio do estádio. O maior desejo daqueles homens era vê-la nua, nuinha em pelo alguns desejavam! O corpo dela suscitava todos aqueles desejos, todas aquelas ânsias. Era maravilhoso. Era um sonho, realmente um encanto para os desejos masculinos.
    Depois disso, Fernanda passou a ir ao clube todos os dias. O problema é que o time começou a perder. O grupo de jogadores apresentava dissensões, o vestiário estava desunido. O emprego de Arnaldão entrou em risco. Foi o que ele disse uma noite para Fernanda
    Acho que vou perder o emprego? Suspirou fundo, recostado ao peito macio de Fernandinha, enquanto vestia o pijama de sapinhos que ela lhe dera, junto a umas pantufas peludinhas, para bem aquecer aos pés do seu amor.
    Fernanda ficou apreensiva. Não queria que ele trocasse de clube, lá já era bom e agora ficara melhor ainda, estava ficando ótimo. Não queria perder o contato com os olhares quentes dos jogadores. Mas o time não vencia mais, as brigas no vestiário se sucediam. Ninguém se entendia no clube, além disto Arnaldão não conseguia mais impor sua autoridade. Até que chegou o dia decisivo, era preciso vencer ou vencer, Arnaldão o pé de valsa, estava a perigo.
    Se perdermos domingo, estou na rua ? Comunicou Arnaldão à sua jovem e sedutora esposa durante o café da manhã de sexta-feira.
    Fernanda dormiu mal aquela noite., revirou-se na cama em busca de uma alternativa, inteligente e sadia, o sábado ela passou pensativa, casmurra, em sofrimento silencioso. Na manhã de domingo, resolveu tomar uma atitude. Foi até o hotel onde todos estavam concentrados. Chamou Arnaldão. Ele desceu até o saguão, antes de lhe dar um beijo de saudação, pegou em seus cotovelos, apertou delicadamente e perguntou:
    Você confia em mim meu amor?
    Arnaldão estranhou, mas sabia que a mulher falava a sério.
    C-confio ? gaguejou éé´é claro que confio.
    Então amor, me deixa falar a sós com os jogadores, preciso falar com eles. Reúna todos em uma sala e depois saia. Preciso de 10 minutos com eles, e nós vamos ganhar o jogo, só preciso da tua confiança e crédito.
    Arnaldão quis saber o que ela iria fazer, o que ela diria, mas ela respondeu que não podia contar.
    Dez minutos? Repetia, apenas uns dez ,sem cessar? Preciso apenas de dez minutos para explicar a minha tática o meu método de animar, motivar nosso plantel.
    Arnaldão, pensou e diante da dificuldade, topou, não lhe negava nada. Poucos minutos depois, Fernanda entrou na sala em que os jogadores foram reunidos. Estavam sentados em cadeiras de ferro. Ela usava um vestidinho amarelo de alças, com um decote generoso, suas costas alvas mostravam delicadas sardas, além das marquinhas do sol da praia e sapatos de salto alto. Parou de pé diante deles. Falou:
    Vou dar agora o que vocês sempre quiseram de mim.

    E, com a mão direita, baixou a alça esquerda do vestido, uau, um suspiro geral, um deixar de queixo cair, expondo um seio firme de tamanho standard. Com a esquerda, removeu a outra alça, e ambos os seios se mostraram aos jogadores. Formavam um lindo par. Aí ela empurrou o vestido para além da cintura fina, das ilhargas sinuosas, das coxas fortes, dos joelhos redondos, das canelas lisas. O vestido pousou nos escarpins. Os jogadores estavam sem fôlego. Fernanda continuou ali parada, só de calcinha, escarpins e piercing. Levou as mãos às tiras das calcinhas, pegou a extremidade direita do lacinho, olhou para todos, piscou um olhinho e delicadamente, parou, desistiu, voltou sua mão para o lacinho da esquerda, o meia-esquerda começou a gemer baixinho.
    Se nós vencermos, hoje? Miou ela? Tiro o resto antes do próximo jogo, promessa feita, solto os lacinhos, só pra vocês, taaaa, tiauuuu.
    E entrou no vestido outra vez. E foi-se embora, deixando o plantel no deleite e no desespero do... quero mais.
    As preleções de Fernanda tornaram-se célebres no clube. O time ganhou o campeonato. E Arnaldão jamais descobriu qual era, afinal, a tática revolucionária concebida por sua mulher, Fernandinha, voltou aos bailes com o Arnaldo pé de valsa, só assim todas as tardes temos um bom papo e oportunidades para tomar uma cervejinha, enquanto o pé de valsa e Fernandinha passam e vão desaparecendo mais um dia na esquina da praça, a Fé continua insinuante, sedutora, mas é Arnaldo o dono daquele corpo.


    Por:Wcastanheira A pedido de um amigo, não resisti, continuamos com a história da vida da Fernandinha, dela sempre podemos esperar um pouco mais....continuará seu time vencendo? ou a Fê, voltará para o escritório? Sei lá, o futuro dirá o que é melhor pra Fernandinha...

    sábado, 6 de junho de 2009

    Zero Hora, 07/05/09

  • Suspeitos devem receber tratamento diferenciado dos condenados??

  • Wanderlen Castanheira
    Marítimo – Tramandaí

  • Suspeitos devem receber tratamento diferenciado, mas jamais soltar culpados. O Estado tem de abrigar seus infratores, construindo mais presídios, inclusive para o investigado, que deve ser outro local, misturar presos investigados e condenados é um ato irresponsável, pode gerar um novo marginal, num cidadão que apenas cometeu um deslize ou nem isto em algumas situações, parece utopia mas em países desenvolvidos enquanto o suspeito espera por julgamento recebe um tratamento diferenciado, o que é justo,

    sexta-feira, 5 de junho de 2009

    Minha madrugada.

    A cidade estava vazia, poucas luzes piscavam na avenida morna, de uma madrugada, morna, e eu... a passos lentos buscava, não sei o quê, talvez alimentar alguma fantazia, quem sabe esquecer algum velho amor, mas se velho era, se o deixei envelhecer, assim também haverão as lembranças de envelhecer, mas... desci uma ladeira longa, leve de descer, sabe aquelas ruazinhas em declive, quando parece que tudo ajuda-nos, até o ditado popular, diz que pra baixo todos os Santos ajudam, assim, assim mesmo era aquela ruazinha, alguns bebados tropegos andavam meio em caracol, desciam embalados pela leve aragem e confundiam-se com pobres meretrizes que tresloucadas buscavam por amores fáceis, um cachorro magro descia a ladeira a balançar acola, esperando que dos homens bebados sobrasse algo para mais uma pobre alimentação, a lua brilhante e faceira dava o tom da luz, ao fundo um som confunde minha mente, será um pandeiro, será um violão e algum bandolim? Não sei, sei apenas que vem lá de baixo, sai de uma porta entreaberta, onde um guardião esquálido, pálido, branquíssimo, já quase sem forças tenta manter a ordem na entrada, assim é a madrugada da minha cidade, cidade encravada no submundo doutra cidade, mundo envolto no mundo doutro mundo, são homens bebados, drogados e outros nem tanto mas encontrar um sóbrio, altivo, ainda esperto é realmente um lance do acaso, são mulheres pintadas, meias acima dos joelhos, com altíssimos saltos de botas de um couro barato, entradas não sei como em calças justíssimas ou enfiadas numa mini saia, quase imperceptível, são filhas de modestas famílias vindas quase todas de longinquos interiores em busca de sonhos, de planos, ou são mulheres mal amadas que muito amaram, por algum motivo estão ali buscando um meio de sobreviver ou quem sabe destes amores esquecer, assim é minha madrugada, assim é minha cidade, um local onde mulheres e homens buscam com desespero um meio na idéia deles digno de viver, marujos sobem a rampa em grupos, algumas mulheres acompanham seus namorados prediletos, irão com eles até o porto, talvez por alguma brecha entrarão nos seus navios e ali viverão sonhos e promessas, receberão alguma coisa por isso e terá assim passado mais um dia....
    Assim é minha madrugada, ainda é muito cedo pro galo cantar, encosto-me a um muro e de lá fico a meditar minha situação mediocre de vida, um guarda apita ao longe, é um silvo estridente, rompe a madrugada, um casal de namorados vai descendo a ladeira aos gbeijos e amassos, isto dá-me saudade de algum tempo perdido no passado, outro casal para ao meu lado, inquietos ficam aos beijos e bulinação ao meu lado, isto inquieta-me, me faz lembrar que apesar de esquálido, quase sem recheio ainda sou um homem, apesar de abandonado, perdido, insone, ainda sou um homem, ainda bate um coração que deseja amar, saio dali, percebo o deslocamento de algumas meretrizes, em busca de algum perdido, de drogas, de bebida, do nada, assim é meu mindo, assim é minha madrugada, dou alguns passos mais e sou envolvido pelo abraço de uma mulher, que ao mesmo tempo beija-me e acaricia-me de modo atrevido, de modo ousado, deixo-me envolver, deixo-me absorver por tudo aquilo, sou arrastado para o interior de um bar, mal cheiroso, apertado, com pessoas que pode-se dizer, -fedem, exalam um mal odor, acomodo-me recostado a um balcão, nuvens de fumaça enovelam o ar, ali um mundo de fumantes saciam seus desejos de sexo, fumo, jogo e bebidas, ali parece ter o cheiro do pecado, um odor de enxofre, ali mora o mal em toda a sua consubstância, assim é minha madrugada, morna, quase desinteressante, mas é a minha madrugada, uma outra mulher vai aos poucos encostando seu traseiro gordo no meu esquálido corpo, prefiro a magrinha que pra lá arrastou-me, a gorda dá uma suave cheirada no meu pescoço, já não tenho sentimentos, nem energia para provar um arrepio, a outra vai aos poucos insistindo em caricias mais envolventes, bebemos e fumamos, alguém chega e oferece um fumo diferente, ainda tenho forças para dizer que não fumo e não cheiro estas coisas, prefiro morrer careta, assim é minha madrugada....
    Aos poucos vai andando a madrugada de encontro ao nascer do sol, saio dali meio tonto, meio zonzo, sei lá pareço perdido no tempo e no espaço, começo a ingreme subida da ladeira, agora poucos bebados são vistos, alguns músicos da noite voltam pra casa com seus violões em baixo do braço, marujos ao meu lado fazem festa com um bando de mariposas embriagadas, aladeira está em festa a altas horas da madrugada, todos teem motivos pra cantar, cantar seus amores, cantar suas angústias, cantar suas conquistas fáceis, mas... cantar, naquela rua não há lugar pra tristezas, um bando de mulheres mal amadas, de homesm com sentimentos mal resolvidos, de marujos com amores muito distantes, homens e mulheres que chegam a feliz conclusão que chorar não adianta, não resolve, assim é minha madrugada....
    Volto a escutar uma música agora mais próxima, mudo de calçada enquanto, um outro cachorro magro e mais alguns outros sei lá quantos, atravessam minha frente, penso no quase nada que sou, quero sair dali mas não encontro forças, apenas vontade de ficar, alguem grira, -polaaaco, olho pra trás... é ela, a mulher que justifica toda a minha tentativa de manter-me pelo menos de pé, respiro quase feliz, quase sorrio, uso meu ar de meio alegre, ela aproxima-se, envolve-me com seus braços longos, aperta-me contra seu corpo magérrimo, é mais uma filha da rua, gerada pela pobresa dos mal amados, fruto das meninas mal instruídas que caem nas mãos dos contrabandistas de mulheres, é meiga, suave, uma menina legal, penso eu assim, apenas maltratada pela vida, escolhida por uma pessoa para ter uma má vida, penso eu.
    Na fria madrugada, recostado à uma parede mal rebocada, numa rua mal iluminada, ganho o preço por estar com ela, por viver com ela, carinho, um pouco de atenção, um pouco de valorização, ela me faz de vez em quando um pouco mais homem, me faz pensar que ainda sou gente, pois a tenho comigo, foi o que sobrou das minhas noites de folia, dos meus momentos de viagens aos trópicos das alucinações, foi bom estar lá, mas terível a volta e nesta volta busco a cada dia, reencontrar-me com o homem que deixei, reencontrar-me com os filhos que gerei, com a mulher que amei, com o serviço que deixei, mas na angústia das minhas madrugadas, no delírio das minhas noites mal dormidas, no meio do meu desespero fissurado, minha boca seca, meus lábios ficam quebradiços, minhas pernas bambas, apenas sabem procurar pelo mal caminho desta madrugada, estou sóbrio, equilibrado, mas a cabeça, a cabeça gira, está vazia, não consegue concatenar, organizar os pensamentos, sou muito mais carcaça do que homem, muito mais esqueleto, do que gente, sou aquilo que sobrou das minhas paixões alucinantes, dos meus voos macabros, das minhas viagens até hoje parece que sem volta, agora ela aperta-me com a vontade de quem quer algo mais, vamos aos poucos buscando por nosso refugio, agora subindo a ladeira que por momento descia, ela parece cansada, dançou, fez amor, fumou, bebeu, cheirou fez tudo aquilo que podia para mais um pouco, por mais uma noite destruir sua vida, hoje ela é filha do nada, é irmã do desespero, é casada com uma coisa que insiste em deixar-se chamar de homem, aos poucos não longe dali, quase no mesmo quarteirão está nossa pequena acomodação, insistimos em manter um jardim, algumas flores balançam ao vento gélido da madrugada, entramos, preparamos um café e...
    Resta-nos apenas a cama, a cama para uma mulher cansada e para um homem sem desejos, sem propósitos, somos dois filhos do mal uso da vida...
    Ao acordar, ela engolirá alguma comida barata, arrumará o cabelo e voltará ao cruel destino da sua vida... a noite.
    Eu, tentarei dormir, tentarei viver, mas na certa voltarei à madrugada, que pra mim começa a cada dia mais cedo, em algum lugar da rua suja e mal frequentada pareço ouvir novamente, -Polaaaco... e lá vou eu, apenas este é o grito que ouço, apenas esta é mulher que bravamente atura meu desencanto, enquanto houver vida, tentarei viver, ela não perece ter qualquer atrativo daquelas mulheres que trouxeram-me para este lugar, mas de algum modo este pedaço de gente, esta sobra de mulher, dá algum motivo à minha vida e é por ela que vivo minhas madrugadas, também por ela ainda tenho a esperança de voltar a acordar, a trabalhar, a viver, a ser pelo menos um pouco daquilo que fui, não ser apenas o Polaco, mas ser um homem que ressucita, que ressurge, das profundesas do nada.


    Um retrato do nada que sobra a um homem e uma mulher, após os delírios das drogas, pra pensar, terminei neste sábado, de Brasil e Uruguai.
    Por: Wcastanheira

    Poema de um amor só.

    Hoje, quando acordei, vi teu rosto a olhar o meu, percebi que aos poucos ficavas mais nítida, mais presente, de algum modo senti o aroma delicado do teu perfume, continuei meu caminho diario, mas... ao sentar à mesa, de algum modo senti tua presença e pensei, como pode um homem estar tão absorto, tão dominado pela imagem de uma mulher? Teu calor acompanha meus passos, teu sabor sequer deixa-me por um pouquinho, saborear outros beijos, porque me fases teu escravo, se sequer por um momento alimentas minha desesperada esperança? Porque aos poucos terminas com todo o meu direito de mover-me ou alimentar-me livremente, se jamais tens a piedade de devolver-me um sorriso?Óh amada minha, porque a todo momento visitas meu pensamento, meu coração, alteras meus planos, se sequer devolves meu bom dia? Como fazer para sair desta delicada prisão, se ao menos tivesse eu a força de um inseto, já seria possível pra tão hérculea ação, mas... minha amada, só pra ti sei viver, só por ti consigo respirar, andar...chorar, acordar, falar... e as veses me pego analizando e gostando de... por ti sofrer.
    Como pode um poeta só a uma mulher dirigir seus versos? Só a uma ter como divina musa? Sei lá, falam tanto desses corações vadios, desses anjos que visitam, desses poemas rimados, delicados, ensaiados e então... penso... apenas eu, não consigo rimar meu verso, sem você no meu contraverso, apenas eu, não consigo ter um coração vadio, ter um amor em cada poema, não, meu poema é de um amor só, meu poema é de uma rima só, apenas solidão com paixão.
    Meu poema é do poeta pobre, talves do poeta sem anjo, apénas com alma, vontade e paixão, é do poeta solitário, sem musas, sem pensamentos etéreos, com pé no chão, na realidade da vida, onde a poesia desaperece, mas com certesa a paixão... florece.


    Devaneios de um final de tarde, momentos de vazios, de experiências com o desamor"
    Por: Wcastanheira

    segunda-feira, 1 de junho de 2009

    DA AMIGA NADE, MUITO LINDO!!

    Como ando me surpreendendo comigo!
    Engraçado, com certeza!
    Descobri que as pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas, simplesmente, sabem fazer o melhor das OPORTUNIDADES que aparecem em seus caminhos.
    Descobri que a FELICIDADE aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
    Descobri que o FUTURO mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. E, graças a Deus, eu vivi! Mas também sei que só terei sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. Eis uma coisa muito difícil...
    Mas uma verdade precisa ser dita: SONHO com aquilo que eu quero! Independente de qualquer coisa ou pessoa...
    Na verdade, sou uma pessoa que aprendeu que amores eternos podem acabar em uma noite, que grandes amigos podem se tornar ferrenhos inimigos, que o amor, sozinho, não tem a força que imaginei... Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno, que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal, gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos, não é verdade!
    Mas descobri também que confiança não é questão de luxo, e sim de sobrevivência! É certo que os poucos AMIGOS que te apóiam na queda são muito mais fortes do que aqueles que te empurram!
    Descobri também que o nunca mais nunca se cumpre, mas que o para sempre, sempre acaba!
    Descobri também que minha FAMÍLIA com suas 1001 diferenças, está sempre aqui quando eu preciso, pois ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que o mundo é mundo... Que saudade! Há momentos na vida em que sinto tanto a falta de alguém que o que mais quero é tirar esta pessoa de meus sonhos e abraçá-la. Quem dera se pudesse fazer isto, não é, minha MÃE...
    Sei que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo mesma, que vou cair e levantar por milhões de vezes... E ainda assim não vou ter aprendido tudo... A VIDA é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. Contudo, a vida não é de se brincar porque um belo dia se morre. É a mais pura realidade!
    Por isso, nunca terei medo de tentar algo novo. A VIDA É UM RISCO! Foi um amador solitário que construiu a Arca e um grande grupo de profissionais que construiu o Titanic. Por que ter medo de arriscar?!?
    O que realmente eu quero é que num dia, eu possa dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... E QUE VALEU A PENA!
    Postado por Nade às 10:13 7 amigos comentam!