As veses dou-me ao direito de sonhar e nos meus sonhos, delicadamente por veses você me aparece, passeamos de mãos dadas, circulamos por uma praça, com banquinhos, árvores, balanços e gangorras, lago, barquinhos e peixes... e lá andamos de braços entrelaçados, cabeças quase coladas, sentamos num banco qualquer, mas... a partir daquele momento deixa de ser qualquer, pois passa a fazer parte da nossa história de amor, por nós quase desapercebida passa uma linda criancinha, ficamos ali, parados, estancados em nossos pensamentos que de algum modo visualizam nela um nosso futuro possível filho, viajamos demos passos além dos nossos dias, em volta do arvoredo cantam pra nós belos pássaros, crianças andam de um lado para outro, aperto tua mão na minha, sinto o suor quente da sua angústia, sonhamos os mesmos sonhos, planejamos os mesmos planos, traçamos uma estrada quase perfeita ou será perfeita? Minha cabeça torna a encostar na tua, uma nuvem branca, linda, encobre o sol que iluminava teu rosto, te vejo corada, cabelos em desalinho, mas linda, quase angelical de tão sublime é tua imagem pra mim, nossos pensamentos encontram-se em todos os caminhos e vamos andando pela praça, o sorveteiro ainda é o mesmo que assistiu ao primeiro beijo que te dei e com certeza o guarda também sabe contar do dia em que roubei uma rosa amarela pra você, rosas, quero sempre que Deus permita possa eu te dar lindas rosas, mesmo sabendo que diante da tua ternura e do teu encanto, rosas simplesmente tornam-se adornos que desaparecem diante da singularidade dos teus cabelos e teu meigo olhar,ah pobre poeta, como poderei viver, se minha vida parece não ter sentido longe de ti, como poderei acordar, se acordado não encontro a graça do viver sem ti, mas é preciso viver e viver vale a pena, apenas quando a alma já não é mais pequena, são balanços, são gangorras meu amor, onde um dia pela vez primeira te encontrei, onde um dia escondido te beijei, o guarda ainda zela por nós e parece que espera por nós dois, ali no mesmo banco, seguro tua mão na minha e passeamos por entre patos e marrecos, rosas e dálias, orquideas e namorados, paramos um pouco, de leve alinho seu cabelo, enquanto beijo sua face, que já não fica corada como antes, pouso e repouso meu beijo em teus lábios macios e angustiados por este momento, tão delicado e sublime, tão especial e quase angélico e assim... passeamos como dois amantes sem a preocupação do tempo, que nem os amantes de Verona tiveram, mas porque preocupar-se se a cotovia não cantará pra nós, se o tempo, o nosso tempo a nós dois pertence...
Pingos de uma chuva quase imperceptível, parecem querem incomodar-nos, mas... nos acomchegamos, abrimos o s braços do nosso guarda chuva corpóreo e nos basta o abrigo um do outro, são pingos leves, intermitentes que molham nossos rostos, que confundem as minhas das tuas lágrimas já choradas quando falamos em nossa despedida, olho teus olhos, beijo delicadamente tua face rubra, aliso teus cabelos molhados e aos poucos vou fazendo neles uma trança, outra trança... e já não me pareces aquela moça de antes, mas uma boneca com duas chiquinhas douradas, com dois brincos prateados a levemente tocar teu pescoço esguio, beijo teus pelos macios enquanto acomodas teu rosto suavemente ao meu peito quase descoberto, os pingos da chuva molham aos poucos tua blusa amarela, de uma amarelo pálido, suave, delicado, aos poucos vou perecbendo teus encantos de mulher, aos poucos vou sentindo teu calor a enveredar por todo meu corpo, enquanto adimiro a escultura do teu ser, análizo a dependência que tenho de ti, enquanto adimiro cada pingo da chuva a molhar e mostrar teu colo, vou pensando no quanto tua beleza me domina, no quanto tua altivez me faz mais teu, pareces adormecer ao meu colo, a praça já parece ser toda nossa, também pudera, apenas nós ficamos por aqui, apenas nós esperamos para ver os pássaros acomodarem-se, as aves do lago aquietarem-se, de que adinata o relógio da estação marcar as horas que anunciam a noite, se já não temos o poder de dicernir o que é noite e o que é dia, se já não diferenciamos a garoa da chuva alucinada, de que vale o sino anunciar a Ave Maria de um inverno tempestivo se para nós a tempestade do amor invade nossos corações e a paixão queima de forma avassaladora nossas almas, destruindo aos poucos nossa capacidade de perceber o corre das pessoas, o bater das horas ou quem sabe o olhar incriminatório dos passantes, percebo aos poucos teu corpo deixar-se cair com levesa e ternura no meu colo, que a muito te espera, acomodo teus cabelos e pouzo um beijo delicado no teu pescoço nú, lentamente vou acomodando minha mão na tua mão, vou cruzando minha perna com a tua, tão lento que nem percebo que dormes acompanhada dos teus sonhos de menina mulher, só sei que não devo quebrar teu pensamento que viaja nas estrelas, que visita fadas madrinhas, que não vê nem percebe o passar de qualquer hora, que espera um príncipe em seu cavalo branco no qual te levará ao delicioso campo das nuvens do amor, ah, quem dera seja eu teu príncipe, seja meu colo tua nuvem esperada e...
Como é bom sonhar com teus sonhos, viajar nos teus encantos, estar contigo nesta balada vespertina, não te deixar acordar, para não perceberes a hora e o tempo de voltar...
A chuva vai molhando cada vez mais, tua delicate pele, macia, alva me faz delirar, acomodo teus braços ao meu colo enquanto nada me faz cansar de adimirar teu corpo juvenil, somos duas crianças esquecidas das horas, perdidas do tempo, tempo? O que significa o tempo para os amantes? Pra servem relógios, bilhetes, recados, chamados? De nada pra quem vive nosso momento de amor, hão de cantar os pássaros, hão de chiar as corujas, haverá lagum anjo de nos avizar quanto ao final do nosso tempo, se adormecemos na placidez, na calma da flotresta, na docilidade da praça, então que venha o guarda nos acordar, que venha a nova manhã, trazer novos passantes, fazer os pássaros para nós catarolar ou quem sabe a cotovia dos amantes de Verona, estará por vir ao perceber que aqui outros dois amantes, esqeceram das horas, perderam a noção do tempo, estão embriagados, inundados pelo virus do amor...
Como é bom sonhar, talvez o sonho pertença aos mortais e apenas os delírios acasalem-se aos aos poetas, a praça jámais poderá ser a mesma, como ser, se em cada banco, em cada gangorra, em cada balanço sinto o seu aroma e percebo tua imagem, andas comigo no encontro das árvores, estás comigo em cada esquina e o melhor, todos os pássaros na praça cantam pra nós...
UM CONTO INCOMPLETO, QUEM SABE UM ROMANCE NA SUA FORMA EMBRIONÁRIA, NÃO SEI, O Q DAQUI PODE NASCER... UM CONTO IMCOMPLETO.
WBCastanheira.
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