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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Viver e feliz..ser!


Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
Estar triste tem que ser um estado passageiro, foi alguém que nos feriu, foi alguém que partiu ou quem sabe foi alguém que de nós desistiu, mas foi...Agora ficaram estes retalhos, estas lembranças, do banco da praça, da esquina, do ponto que era apenas um ponto, hoje relembra aquele encontro.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos, como disse o homem da tv, voltaremos...erguida, pronta para o recomeço de tudo, nem que seja outra vez, para outra vez tentar...viver e feliz ser!!

POR: Wcastanheira        Em delírios do poeta, hoje este mimo da Martha, poetiza e contista inspirada na magia das palavras. Pra vcs bjinhos e bjinhos.

Um comentário:

  1. Oi, querido tio Castanha!

    Gosto mto dos textos de Martha Medeiros e esse não é exceção.

    De facto, estar triste é um estado de alma, que só a nós diz respeito. Dicas e bitaites nada adiantam, aliás, bem pelo contrário.

    Qdo a tristeza passar, voltamos a sorrir e a ver o mundo colorido como antes.

    Novo post por lá. Obrigada, desde já!

    Beijinho e abracinho.

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