A tática da Fernandinha
Fernandinha jamais havia se sentido tão nua, especialmente naquele dia. Mas estava vestida, ali, o corpo bem coberto: calças jeans justas, daquelas que deixam a marquinha desejável, nos sonhos mais machistas possíveis, justas como se tivesse nascido dentro delas, botas de cano alto até os joelhos e uma blusa branquinha leve, soltinha, aquelas com decote quadradinho, tão leve quanto a consciência dos homens que admiram as beldades naturais femininas. Ainda assim, sentia-se nua. Os olhares dos homens do lugar arrancavam suas roupas às fatias. Fernandinha recém chegara ao clube no qual seu marido trabalhava como treinador. Havia estacado, parado à margem do campo de treino, apenas queria ver um treino, sentir o clima dos dias de treino, mas os olhares dos jogadores a lambiam como se ela estivesse coberta de leite condensado ou de uma delicada manta de chantily, delírios naturais de quem sofre do mal e da tara por guloseimas, Fernandinha era uma delícia ao natural.
Arnaldo, o pé de valsa, chamava-se o marido técnico. Um durão. Havia sido zagueiro tosco no passado, e o estilo de jogar se lhe infiltrara na alma. Arnaldão era um ser humano tosco que se dizia sincero, mas um ótimo colega dos finais de tarde pra bebericar umas cervejinhas geladas, nos reuniamos ali, sempre no mesmo barzinho, quase na esquina. Orgulhava-se da sua franqueza, de falar sem subterfúgios, de olhar no olho do interlocutor, aquela coisa, quando se tratava de treinar Arnaldão era áspero com todos, era sempre rude, não dava mole pros seus comandados. Menos com Fernanda. Na frente da Fernanda, ele virava suflê, amolecia, derretia como banha de porco em panela quente. Ela era uns 30 anos mais jovem, era loira ou seja, estava loira, as mulheres espciais, por veses aparecem loiras, morenas, avermelhadas ou castanhas ou vai me dizer que você antes de sair com um a mulher sabe a cor dos cabelos dela pra aquele dia? Sabe não, você arrisca ou as veses sequer tem coragem de arriscar, magra, ela malha, malha... então daí podemos dizer, Fernandinha é magra, alta, cabelos lisinhos, daqueles com mechas delicadamente brancas, linda e sorridente. Tratava-o por? Naldo?, e só ela tinha esta afinidade, podia tratá-lo dessa forma, nem nós companheiros de trago nos atrevíamos a chamá-lo assim, Naldo, usávamos o usual pé de valsa, além do dengo natural, da deliciosa sonoridade da fala mansa de fada madrinha da Fê.
Pois um dia Fernanda pediu para vê-lo trabalhar. Arnaldão, não recusou ? Ele não lhe negava nada. Levou-a ao campo, mostrando a ela seu habitat de trabalho.
E foi aí que ela se sentiu nua, completamente desnuda, diante de todos aqueles rapazes.
No começo, ficou incomodada, estava meio sem jeito, os olhares eram daqueles que depenam, que desnudam. Mas, com o correr do treinamento, os olhares dos jogadores foram cevando-lhe o orgulho de mulher bonita, a vaidade feminina. Era bom ser desejada, era bom saber que os homens cobiçavam seu corpo. Sentiu-se uma pantera, uma cavala, uma cachorra, tudo ao mesmo tempo.
Depois daquela tarde, suas visitas ao clube se tornaram mais freqüentes, gostava de experimentar a sensação de ser alvo da concupiscência masculina. E cada dia Fernanda ia com uma roupa mais ousada. Deixava que antevissem uma faixa de carne dourada de seus ombros redondos, ou um pedaço das suas longas pernas, ou o delicado piercing que lhe feria o umbigo. Eles ensandeciam de desejo. Eles a queriam, como a queriam, Fernandinha era o alvo maior da equipe.
Um dia, entre todos, foi o mais especial. Fernanda se encostara à porta fechada do vestiário. De repente, ouviu o diálogo entre dois jogadores que estavam parados do outro lado. Um disse:
O que eu mais queria era ver aquela mulher nua.
Fernanda estremeceu. Supunha que falavam dela. Mas seria mesmo? Sentiu palpitações. Apurou o ouvido, quase encostou-o à porta, o outro jogador como que arfou, e o que disse entre dentes quase a fez desfalecer de contentamento:
Cara, tudo o que eu quero na vida é ver essa mulher do treinador nuinha! Nuinha em pelo!
E o outro:
Dou todo o meu salário só para ver aquela mulher sem roupa!
Fernandinha, como que flutuou pelo pátio do estádio. O maior desejo daqueles homens era vê-la nua, nuinha em pelo alguns desejavam! O corpo dela suscitava todos aqueles desejos, todas aquelas ânsias. Era maravilhoso. Era um sonho, realmente um encanto para os desejos masculinos.
Depois disso, Fernanda passou a ir ao clube todos os dias. O problema é que o time começou a perder. O grupo de jogadores apresentava dissensões, o vestiário estava desunido. O emprego de Arnaldão entrou em risco. Foi o que ele disse uma noite para Fernanda
Acho que vou perder o emprego? Suspirou fundo, recostado ao peito macio de Fernandinha, enquanto vestia o pijama de sapinhos que ela lhe dera, junto a umas pantufas peludinhas, para bem aquecer aos pés do seu amor.
Fernanda ficou apreensiva. Não queria que ele trocasse de clube, lá já era bom e agora ficara melhor ainda, estava ficando ótimo. Não queria perder o contato com os olhares quentes dos jogadores. Mas o time não vencia mais, as brigas no vestiário se sucediam. Ninguém se entendia no clube, além disto Arnaldão não conseguia mais impor sua autoridade. Até que chegou o dia decisivo, era preciso vencer ou vencer, Arnaldão o pé de valsa, estava a perigo.
Se perdermos domingo, estou na rua ? Comunicou Arnaldão à sua jovem e sedutora esposa durante o café da manhã de sexta-feira.
Fernanda dormiu mal aquela noite., revirou-se na cama em busca de uma alternativa, inteligente e sadia, o sábado ela passou pensativa, casmurra, em sofrimento silencioso. Na manhã de domingo, resolveu tomar uma atitude. Foi até o hotel onde todos estavam concentrados. Chamou Arnaldão. Ele desceu até o saguão, antes de lhe dar um beijo de saudação, pegou em seus cotovelos, apertou delicadamente e perguntou:
Você confia em mim meu amor?
Arnaldão estranhou, mas sabia que a mulher falava a sério.
C-confio ? gaguejou éé´é claro que confio.
Então amor, me deixa falar a sós com os jogadores, preciso falar com eles. Reúna todos em uma sala e depois saia. Preciso de 10 minutos com eles, e nós vamos ganhar o jogo, só preciso da tua confiança e crédito.
Arnaldão quis saber o que ela iria fazer, o que ela diria, mas ela respondeu que não podia contar.
Dez minutos? Repetia, apenas uns dez ,sem cessar? Preciso apenas de dez minutos para explicar a minha tática o meu método de animar, motivar nosso plantel.
Arnaldão, pensou e diante da dificuldade, topou, não lhe negava nada. Poucos minutos depois, Fernanda entrou na sala em que os jogadores foram reunidos. Estavam sentados em cadeiras de ferro. Ela usava um vestidinho amarelo de alças, com um decote generoso, suas costas alvas mostravam delicadas sardas, além das marquinhas do sol da praia e sapatos de salto alto. Parou de pé diante deles. Falou:
Vou dar agora o que vocês sempre quiseram de mim.
E, com a mão direita, baixou a alça esquerda do vestido, uau, um suspiro geral, um deixar de queixo cair, expondo um seio firme de tamanho standard. Com a esquerda, removeu a outra alça, e ambos os seios se mostraram aos jogadores. Formavam um lindo par. Aí ela empurrou o vestido para além da cintura fina, das ilhargas sinuosas, das coxas fortes, dos joelhos redondos, das canelas lisas. O vestido pousou nos escarpins. Os jogadores estavam sem fôlego. Fernanda continuou ali parada, só de calcinha, escarpins e piercing. Levou as mãos às tiras das calcinhas, pegou a extremidade direita do lacinho, olhou para todos, piscou um olhinho e delicadamente, parou, desistiu, voltou sua mão para o lacinho da esquerda, o meia-esquerda começou a gemer baixinho.
Se nós vencermos, hoje? Miou ela? Tiro o resto antes do próximo jogo, promessa feita, solto os lacinhos, só pra vocês, taaaa, tiauuuu.
E entrou no vestido outra vez. E foi-se embora, deixando o plantel no deleite e no desespero do... quero mais.
As preleções de Fernanda tornaram-se célebres no clube. O time ganhou o campeonato. E Arnaldão jamais descobriu qual era, afinal, a tática revolucionária concebida por sua mulher, Fernandinha, voltou aos bailes com o Arnaldo pé de valsa, só assim todas as tardes temos um bom papo e oportunidades para tomar uma cervejinha, enquanto o pé de valsa e Fernandinha passam e vão desaparecendo mais um dia na esquina da praça, a Fé continua insinuante, sedutora, mas é Arnaldo o dono daquele corpo.
Por:Wcastanheira A pedido de um amigo, não resisti, continuamos com a história da vida da Fernandinha, dela sempre podemos esperar um pouco mais....continuará seu time vencendo? ou a Fê, voltará para o escritório? Sei lá, o futuro dirá o que é melhor pra Fernandinha...
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