Era um final de tarde, sabe aqueles finais de tarde, luminosos, quando o sol vem se pondo, vermelho com a lua contrapondo com ele um quadro sensacional, quase de uma beleza indescritível? Era este o lindo final de tarde de por do sol nas águas do rio Guaíba, um contraste iluminado, encantado com as matas e as ilhas próximas da capital Gaucha, um quadro digno de dizer, _beleza ímpar.
Caminhava eu, solitário, pensativo, minha vida está um caos, um caos, aqui solitário, sem soluções para um final de tarde, namorados passeavam em direção ao cais do porto, pombas, pombinhas atrapalhavam meu caminho, para os solitários parece que tudo, tudo atrapalha, quase nada lhes é romântico ou tem brilho, e eu, estava num caos sentimental naquele momento, sem pensar, mecanicamente ia aos poucos dirigindo-me para um passeio no Cisne Branco, uma barca que faz passeios turísticos no rio Guaíba, queria ver, o nada, admirar, o espaço vazio, sentir, o aroma da solidão, já estava eu sentado no convés, olhando o infinito do horizonte, curtindo a singeleza das garças...quando senti duas mãos delicadas a apertar-me suavemente os olhos, um corpo cheiroso com um aroma de almíscar ou um outro parecido, mas um perfume definidamente feminino, respirei aliviado, não era uma brincadeira masculina, daquelas de mal gosto em piores horas, eram mãos femininas, com dois delicados anéis, o cabelo aos poucos caia sobre meus ombros, era loira, loiríssima, segurei as pontas dos cheirosos cabelos, tinham assim um perfume delicado de shmpoo de bebe, escorriam por entre meus dedos, a voz meiga e suave dizia, _se adivinhar, ganha um beijo, se não pensar, ganha dois, se errar, só me vê depois. Pensei, tive que pensar, retroceder ao tempo, analisar, por em ordem meu pensamento... quem seria a dona daquele cabelo tão lindo, ela encostou um pouco mais, encostou tanto que senti a carícia dos seus seios sobre minhas costas, senti o seu rosto encostando em minha cabeça, no Cisne Branco, num passeio na orla do Guaíba, não poderia ser Milinha, mas se errar, paciência, pensei eu...Milinha, minha doce Mila, será você? Ouvi uma gostosa gargalhada, quase um alerta geral tocou entre os passageiros, Mila, pronto meu caos agora está completo, mas pelo menos não está solitário. –Oii tio, que ótimo vê-lo aqui, que surpresa agradável.
_Antes de mais nada paga a divida, acertei
-Ah, mas pensou muito
-Não interessa, trato é trato, você tratou
Ganhei dois amáveis demorados beijos, um carinhoso passar de mão pelos cabelos acompanhado de um pedido que mais parecia, um súplica aos meus ouvidos.
_Posso sentar aqui, do teu ladinho?
_Vou pensar, mas enquanto eu penso, senta e paga com uma beijoca.
A lancha deslizava suave pelas águas calmas e cristalinas do estuário do Guaíba, os pássaros em bandos enormes procuravam as árvores para o seu adormecer, e nós ali, sentados admirando a poesia daquele lugar com tanta beleza à mostrar a cada curva ou a delinear em cada reta, Mila estava encantada, boquiaberta, com a poesia e o encantamento vislumbrado a cada momento, talvez apenas a companhia que ela arranjara não fosse tão aconchegante ou bela, mas a beleza infinita do ambiente compensa a surpresa de certas ocasiões, conversamos muito pouco, demorei a recuperar meu fôlego, minhas mãos suavam frio, estava meio tremulo, envolvido em tamanha surpresa, Mila, ali e agora o que fazer, como agir, sabe o que faz o cachorro que corre atrás da roda quando o carro para?Não sabe o que fazer, fica olhando, olhando e só quando o carro sai, aí então volta a correr atrás, fiquei assim ,sonhei, pensei, planejei e agora, ela está ao meu alcance, solitária, poética, envolvida com a beleza da natureza, seus cabelos ao contraste com a luz fugidia do sol, brilham ainda mais, sua blusa deixa à mostra a delicadeza da sua barriguinha presenteando-me com um belo piecing, seus ombros estão nus, seus olhos verdes contrastam com a beleza das águas, sua saia é generosamente aberta ao lado deixando à mostra um belo par de pernas muito bem desenhadas pela natureza divina, é Mila, é tudo, é meu caos, como poderei agir, se estou ao meio, no epicentro maravilhoso daquilo que sempre sonhei, Mila e eu, para ainda fazer tudo mais belo, um pôr do sol... eu, que sou apaixonado por poentes e nascentes, eu, que poetizo o encanto do entardecer Portoalegrense, que busquei mesmo solitário, distante de tudo viver este momento ímpar que é cada final de tarde no Guaíba, ganhei dos Deuses, Mila, ela, meu caos...
_Você está hoje ainda mais bonita, nooossa passa de bonita, quão pobre foi Aurélio que não colocou no seu dicionário uma palavra que qualificasse sua beleza.
_Ah, lá vem tu, com teus abstratismos, nem tanto, hoje to triste, solitária
_Então vou tentar te deixar sempre triste, pois está divinamente bela.
_Não baba, né?
_Babo você todinha, daqui da ponta deste fio de cabelo até láá, em baixo.
-Viu aquele pássaro que lindo? Olha só, um bando deles e a lua, nossa tá pouco bonita
Desconversou Mila, percebi que deveria mudar o tom do dialogo, não estava agradando, o barco aos poucos fazia seu retorno e eu sequer havia encontrado o tom da conversa com ela, estava ainda atônico, precisava de mais um pouco de tempo para voltar à terra, recuperar meu fôlego.
Na atracação a embarcação deu uma leve batida no cais, onde Mila segurou forte meu braça, atracou mas ela, não soltou-me ficou ali, encostou a cabeça no meu ombro, _hoje estou tão sozinha.
_Você só, não creio, ta brincando com o tio
_É, verdade, nem sei pra onde ir, acho que vou dar uma voltinha pelos shopings da vida, comprar uma blusinha, experimentar umas sandálias
_Aceita minha companhia, pra fazer tudo isto e quem sabe ainda tomar um chopinho, um... jantar, dois solitários podem fazer de um limão uma deliciosa limonada.
_Legal, não tenho nada que fazer mesmo.
_Nossa, quanta sinceridade, podia pelo menos tentar enrolar-me.
_Ah, tu sabes, não é meu feitio, mas tu é uma boa companhia eu gosto de estar contigo, vamos lá.
Saímos, fomos até o carro, Mila, não largou minha mão, passeamos assim por todos os lugares, fizemos umas comprinhas, talvez nunca a veja usar mas quando usar com certeza vai lembrar de mim, esta é a grande sacada de dar roupas intimas às amigas, apenas amigas.
Pra onde vamos, perguntou ela
_Quem sabe o Palace?
_Palace?
_É um lugar muito legal, paradisíaco, poético, translúcido... assim, meio místico
_Nossa, tanta coisa, adoro estas surpresas, então vamos jantar lá.
Lá chegando garçons prepararam uma mesa especial, junto a lareira, já era noite, um friozinho fazia com que a lareira fosse um lugar aconchegante, não sentamos de imediato, fomos para próximo ao fogo nos aquecermos um pouco, puxei duas almofadas, Mila posicionou-se entre minhas pernas, de modo que fiquei alisando seus cabelos, acariciando seu pescoço delicado, ela aos poucos encostou bem seu corpinho delicado, encaixando=se no meu peito, o garçon ao longe entendeu que nosso desejo, era um bom vinho.
_Com licença, que posso servir?
_Que tal um Chateou Rosé?
Ela balançou a cebecinha dourada concordando com minha maliciosa indicação.
_Ok, um Chateau Duvallieur, disse feliz o garçom
Ali, recostados meio enrodilhados, tomamos nosso vinho ao calor da lareira, ela já estava as faces rosadas, vermelhinhas, tirou a blusa, depositando-a ao lado, o visual de Mila, ficou estonteante, belo, encantador. Agora tinha ao meu peito sua pele macia, alva, cheirosa, delicada, o que fazer? Beber um vinho, dar na sua boquinha, gole a gole, curtir a delicadeza do meu caos, viajar, ir às estrelas, delirar e aos poucos acariciar aquele monumento em forma de mulher, delicadamente pousei um beijo no seu pescocinho alvo, ela sentiu um leve arrepio, encostou seu corpo um pouquinho mais, aninhando-se apertadinha contra meu peito.
_E a janta? Virando sua boca maravilhosa pra mim perguntou
_Vamos pedir
Foi um jantar dos Deuses, como jamais havia feito, a delicadeza de cada garfada, o colorido dos seus cabelos a iluminar o translúcido meio contra luz do ambiente, deixava-a ainda mais linda, Mila, ali, ao meu lado, 23:00 horas e nós, ali, bebendo um Chateau, curtindo uma lareira, ela encostadinha, sentia suas pernas quentes, acariciava seu rosto corado, agora pelo calor do ambiente aliado ao vinho e... repentinamente o telefone, ah, o telefone toca, ela... atende
_Meu amor, você chegou, como é bom te ouvir, noooossa, vou correndo pro aeroporto, onde estou? Tô pertinho, conversando com um amigo, nem imaginava, que maravilha você chegando, meu amor, calma mais meia hora, o avião pousa e eu me atiro nos seus braços, que loucura, você chegou...
-Ele chegou, ele chegou, falou-me Milinha. Como se precisasse falar, a felicidade dela contrastava com a minha desilusão, levei-a até o aeroporto, finalmente é o papel do tio.
Mila, que agradável surpresa, que lindo entardecer, que belo anoitecer, que inesquecível jantar...
E, meu caos continua sendo, Milinha.
Por:Wcastanheira
Agradeço aos anjos por este momento especial, Milinha voltou, precisava voltar e num final de tarde a luz do anjo transpôs ao papel, e o meu caos, continua, beijócas!!
Lindo, lamentável. vc não ir direto pro quarto, seria um amor indescritível, vamos esperar por este momento, acho q no próximo encontro vc consegue, e aí sim, começará seu delicioso caos, parabéns, é um a delícia ler vc.
ResponderExcluirMUITO LINDO, UM SHOW, VC ESTÁ CADA DIA MELHOR, A VOLTA DA MILA, ESTÁ UM ARRASO, QUEM SB UM DIA VCs FICAM UM POUCO MAIS A SÓS... TIO, NÃO FICOU BEM, MAS É UM BOM COMEÇO, BJOS, ESPERO SEMPRE SUA NOVA INSPIRAÇÃO.
ResponderExcluirEsta menina tá abusando da paciência e do auto controle do tio, acho q vc deve encarar estes encontros com um pouco mais de agressividade ou... vai bailar e aí será tarde, seria ótimo, um hotel na serra, uma viagem de navio ou...uma visita de surpresa, quem sabe vc relaxa um pouco e... atinge seu objetivo, é muita testosterona enclausurada, parabéns vc é d++++
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