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terça-feira, 21 de abril de 2009

SE EU CHORAR

Se eu chorar, só por hoje, não me critiques, deixe-me derramar meu pranto, sabes lá ao menos se é de alegria, se é por alguma tristeza ou simplesmente por vontade de chorar?
Se eu chorar, só por agora, deixe-me sentir este sentimento tão profundo e esvaziante, sabes lá porque choro, se é por ti, por alguém que conheces ou se apenas para sentir a delicia de poder chorar?
Se eu chorar, encosta-te um pouco mais em mim, deixa-te enlevar por meu pranto, apenas olhe, adimire-me por eu não ter a vergonha de chorar, vem, deixa teu rosto colar ao meu, deixa teu cabelo macio encostar ao meu, deixa tua mão delicada repousar sobre minha mão e... fica assim, paradinha, como que a escutar meu pranto, já que não aprendeste a escutar meu coração, já que ainda não sabes interpretar meus gritos, meus gemidos até hoje tão contidos, já que não podes dar a paz que tanto necessito, quem sabe teu carinho, tua presença, podem aliviar meu pranto?
Mas, se eu chorar ainda mais, não fujas, fica.
Tenha a caridade de estar comigo neste momento de sentimento tão profundo, quem sabe se não é da tua presença que minh'alma necessita?
Fica comigo, aqui, quietinha, houve meu pranto, assim como as criancinhas escutam as histórinhas da vovó, sinta-me, assim como o pássaro se delicia com a água do prato ao banhar-se, assim como as aves batem as asas felizes ao encontrarem-se, sinta-me, mas não assim como eu espero, pois assim seria demais, mas sinta-me assim como o cãozinho feliz ao chegar seu dono, se eu ainda chorar.
Chora um pouco comigo, quem sabe não é do seu pranto que tanto preciso?
Se não conseguires, não se vá, tenha pelo menos a delicadeza de esperar,
quem sabe ao te ver, ao deste delírio acordar, eu consiga um sorriso te dar!!
Então terá valido a pena esperar.
Se eu chorar, não tenhas piedade, nem compaixão, é um sentimento lindo, é o extremo de um poeta, que seria de nós, não tivéssemos o pranto como companheiro, a lua e o sol como rima
e a solidão como sina?
Que seria de nós poetas, se apenas ríssemos, ora ora, rir todos riem, se apenas aplaudíssemos, aplaudir todos aplaudem, mas poucos teem a grandiosidade de mostrar seu pranto.
Portanto.
Naõ tenhas piedade,
talvez eu não chore por dor, nem por amor
mas por ver no mundo a falsidade.
Que seria do poeta, não fosse o delírio, não tivesse ele e apenas ele, o direito de ir às estrelas, de estar no céu, de amar quem não lhe ama, de ver quem não lhe vê, pobre de vocês mortais, não sabem o quão profundo é sofrer por quem não podeis sequer ver, é amar, a quem não podes sequer tocar, é escrever, delirar, sofrer e... voltar
e poder paz chorar.
Portanto, ouve meu pranto, dá-me apenas o muito do teu carinho
e assim...
já não choro sózinho
dá-me um pouco da tua imensa luz, do teu brilho,
fica pertinho, pra que eu sinta teu calor
dá-me tua mão, pra que eu...
pense... que é AMOR!!

DEVANEIOS DE UM POETA, SEM RIMA
"Para o poeta a solidão é a grande riquesa de um nobre momento de podermos estar com quem e onde desejamos estar"
Por Wcastanheira.

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