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quinta-feira, 20 de março de 2014

Canção da plenitude...Lya Luft

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias. .
Lya Luft

POR: Wcastanheira  Em delírios de um final de tarde, hoje numa dedicatória a estas musas que ganharam rugas onde havia sedas, ganharam experiência e maturidade, onde havia fogo e paixão, a estas mulheres maravilhosas que alimentam nossa poesia e ao nosso póema dão magia. Pra vcs beijinhos e beijinhos.

3 comentários:

  1. Uma bela escolha!
    Adorei esse trecho:

    O que te posso dar é mais que tudo
    o que perdi: dou-te os meus ganhos.
    A maturidade que consegue rir
    quando em outros tempos choraria,

    Beijos querido, bom final de tarde

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  2. Uma forma diferente de amar, não menos intensa, mas cheia de verdade e dedicação. Versos lindos, que se lê com prazer. Grande escolha. Bjs.

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