A solidão de um hotel....

Na solidão de um quarto de hotel, o pensamento viaja, a mente flutua e as horas parecem não querer passar, o caminho da sacada à cama, parece estar trilhado por inquietos visitantes, compartilho com este vai e vém, na imensidão desta noite, a praia aos meus olhos parece me dizer também da sua angústia no marolar das ondas entre momentos instintivos de beijar a areia branca e aplaudir aos amantes que se deixam banhar na suavidade de cada marola branda que sobe e desce ritmada sem parar.
Ao longe, muito longe, um pequeno barco deixa a terra cada segundo um pouco mais distante, yates e lanchas desfilam suaves nas águas calmas da costa baiana, uma suave brisa apenas balança o conjunto de velas de um belo veleiro, lá, tanto em um quanto em outros, pescadores quanto navegadores solitários ou amantes febris podem estar a olhar a beleza do mar que se desfaz no horizonte ou a quase indescritível maravilha da costa que lhes é oferecida.
O vento marinho é brando, meu peito exposto a ele sequer reclama do calor da bela Salvador, minha mente não está aqui, meu instinto atravessa terras, invade oceano e transporta-se para lugar distante, meus olhos vêem, porém pouco a retina retém, assim é a noite solitária num quarto de hotel, ouço distante a sirene de algum carro de socorro, a moça desfila inquieta à beira mar, alguns carros param trocam idéia e combinam algo que lhes agrada e saem juntos ou simplesmente ele segue sua vida a espera de um novo cliente.
Volto á cama, um gosto amargo de silêncio, uma trava indescritível em toda a ação, sair, mas andar por andar, meu coração está à espera de uma luz e só uma pessoa sabe dar-me esta luz, só uma pessoa consegue com apenas um boa noite, talvez um sorriso acalmar minha solidão, fazê-la abrandar este sentimento doído de estar só e sentir-se só, algumas moças agitam a calçada diante de mim, belas figuras, interessante apelo, mas como dizer-me feliz se em tudo falta você? Ah tá.
Só você sabe de um jeito especial preencher este vazio em meio à multidão, visse?

Por: Wcastanheira Em delírios de um final de tarde imaginando a beleza da natureza em contraste com a solidão do peito e a dor da saudade, musas chegam sem avisar, tomam conta, invadem e partem sem ao menos um tchau deixar, à musa do momento minha inspiração e meu delírio, há tá, visse? Pra vcs bjos e bjos.