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terça-feira, 10 de outubro de 2017

Limite Branco...Caio Frenando Abreu


A vida até aqui tem sido tudo muito fácil para mim, fácil demais.
Às vezes desejo ardentemente que aconteça alguma pequena desgraça que me mova, que me retire deste conforto que é amar e sentir a energia do amor como doce retorno, quem sabe uma suave catástrofe que me jogue ao nível do chão, que me faça experimentar a solidão ou o desconforto de um breve momento solitário, para me obrigar a despir as máscaras, o falsos gestos, as falsas palavras, este tão comum gesto de carinho e afeto que gosto de distribuir.
Uma coisa que me torne ínfimo e um pouco confuso e só do que sou, que me deixe a sós comigo mesmo, nu, na frente de um espelho, a investigar a minha verdadeira condição.
Então eu saberia, pela primeira vez eu poderia saber.
Então viria a solução final, definitiva.
Levantar-me aos poucos, como um pé-de-vento, lentamente crescendo, incorporando outros seres a mim, e girando, girando sempre, tornar-me tormenta, furacão, vendaval, terremoto, cataclismo.
Ou me dissolveria em poeira à primeira brisa que soprasse, experimentava novos amores e com eles novas dores, deixaria quem amo e tentaria talvez a vida com alguém que ainda nem conheço ou ame, sairia deste conforto, deste marasmo de andar no limite, de não sair dos trilhos, de respeitar meu, limite branco — quem sabe?

POR : Wcastanheira Em delírios do poeta, recebi de uma pessoa especial e decidi partilhar com minhas visitas especiais, este mimo do Caio, mais um delírio da magia poética do CFA. Pra vcs bjinhos e bjinhos.

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