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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Praticamente virgem, não fosse aquela primeira vez...

Sempre foi muito tímida, caseira e pudica, praticamente virgem, como praticamente? Se não fosse pela sua primeira vez desastrada com seu primeiro e único namorado, um menino magro, de aparelho nos dentes e óculos de aros grossos, um ano atrás.
Foi estudar música e fazer aulas de teatro para aprender lidar um pouco melhor com a timidez, sair de casa, fazer amigos, mas isso não aconteceu, fez amigos, mas não ficou menos tímida, continuava trancada em casa encerrada em si mesmo.
Não lembrava sequer o nome dele e jamais teria coragem de perguntar para alguém, finalmente ficara apenas uma noite, uma única noite de ficantes, simples perguntar: quem é o cara? Impossível, não ficara nada gravado na sua retina ou coração, falar com ele então... JAMAIS. Ela sentia vertigens só de imaginar o ato. Leninha era muito, mas muito complicada mesmo.
Mas com o tempo algo aconteceu dentro dela, Leninha queria aquele homem, após mais uns tantos meses de preparo, decidiu um dia esperá-lo até o fim de sua aula e puxar um assunto, perguntar a marca de seu violão ou as horas talvez, ela queria ouvir sua voz, fazê-lo perceber sua existência, cansou de ser a menina invisível.
No dia H, ela pensou na roupa, no cabelo, no perfume, nas frases, no tom de sua voz, no sorriso que iria usar.
Depois pensou no beijo, no cabelo dele roçando seus seios, nas mãos deslizando no seu corpo, na respiração ofegante e libidinosa dos dois entrelaçados no lençol branco de sua cama. Ela de babydol rosa, um conjunto macio, suave que a deixava soltinha, livre dentro dele, imaginou o momento se despindo pra ele, dar-se inteira como sempre sonhou.
Terminou sua aula e postou-se corajosamente frente à escola de música, encostada à parede, perto da porta, a garganta seca, as pernas bambas, as mãos suadas, que mal amparavam a alça da bolsa na mão.
Então, como que em câmara lenta, o viu projetando o corpo tão sonhado para fora da porta era ainda mais lindo, alto, pele acetinada, morena, cabelos soltos, sentiu seu corpo todo se retrair, como num espasmo, Leninha quase perdeu seu objeto de vista, mas não, viu-o em seguida encostado à parede, do lado oposto da que ela estava, olhava-o de canto, sem parar de tremer, rezando para todos os santos para que conseguisse, que calmamente dirigisse a ele uma palavra que fosse, só uma, a palavra que seria a primeira de muitas.
E num rompante que quase travou todos os seus músculos, deu três passos na direção dele e articulou quase com desespero as primeiras palavras: “...que horas...”, embora tenha observado que ele não trazia relógio no pulso.
No momento a seguir em que ela viu seus olhos pousados nela e que sua linda boca começava a articular algo, inesperadamente uma mulher correu na direção dele, vinda do outro lado da rua e arremessou seu corpo de curvas perfeitas de encontro ao corpo dele, que correspondeu com um riso escancarado ao abraço sôfrego, rodopiaram no ar, grudados, onde os cabelos longos dos dois se misturavam e onde bocas indefinidas e línguas molhadas passeavam, ardendo em desejo um balé de braços, pernas, beijos, cabelos, mãos, olhares e afagos.
E Leninha ali, parada, a um metro da cena, imóvel. O momento descongelou-se quando ela ainda pôde ver o casal caminhando pela calçada, na direção oposta da dela, abraçados, rindo e falando alto, loucos de amor, totalmente indiferentes à presença da menina, ainda olhou a bunda perfeita da moça rebolando num vestido balonê.
Ela então, livrando-se da imobilidade correu, correu muito, em prantos, rasgando aos pedaços a saia nova que comprara para o encontro, tirando da boca, com as costas das mãos, o batom que pela primeira vez passara, depois de muitos anos. Naquele momento seu castelo de cristal quebrou, não tinha equilíbrio para entender que aquela paixão platônica seria superada, pois como só nós sabemos, ela estava obcecada., Leninha perdera o tempo exato de agir, esperou, sua timidez a fez perder o tempo do amor...

Por: Wcastanheira Para uma pessoa especial, timida que curte o amor platônico, perde o time, não avança, vê a amiga, amiga? Avançar, tomar conta, apropriar-se, o amor tem seu tempo, a vida é feita de ação, o invisível, não é percebido, então vá à luta, apareça para ser vista e lembrada ou a banda passa e você apenas vê, da janela. Pra vcs bjos e bjos.

5 comentários:

  1. Natal é época de encontrar antigas amizades, Rever familiares que durante o ano todo não deram um telefonema. O ano passa na correria, E natal é época de parar e restaurar as forças para mais um ano. Natal é época de amor, Época de encontros. Momento de rever tudo o que durante o ano passou-se despercebido. Natal é planejar uma noite diferente, um instante iluminado. Natal… é ansiar por instantes de alegria e de conforto, Na presença escolhida a dedo de pessoas que fazem parte de sua vida. Presentes e mais presentes, com um único significado: “Lembrei-me de Você! Feliz Natal”

    Estou de volta amigo.

    beijooo.

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  2. Olá...
    ♥ hum, um ótimo texto, cheio de detalhes, amor platônico rs, me lembro de quando estudava sobre esse termo no colégio na aula de filosofia... quem nunca teve um amor platônico néh?!!!

    Pinkiss
    by; Renata Princess ♥

    http://my-life-pink-s2.blogspot.com

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  3. Conheço histórias parecidas de filmes, rsrs!

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  4. Pode parecer loucura, mas tinha uma amiga na escola que se encaixa bem nessa história, juro mesmo rs!!!

    Beijinhos, Té
    bloglola.com.br

    Ps: meninas, não esqueçam de participar do #SORTEIO de Natal que está no ar!! Além de ser super fácil concorrer, duas sortudas levarão para casa prêmios M.A.C, L´oréal, Victoria´s Secret e Aussie ♥

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  5. Disse tudo aqui :
    o amor tem seu tempo, a vida é feita de ação, o invisível, não é percebido,
    Atitude é tudo.
    Beijos querido, otimo dia.f

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