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sábado, 5 de dezembro de 2009

Reencontro com a felicidade


No final de tarde decidi passear no parque, um andar descontraído, para pensar, refletir, atravessei a rua, simplesmente isso, não precisa mais, o parque faz parte da minha vida, está quase inserido no meu pensamento e planos. especialmente naquela tarde, fui lá apenas descansar, repousar meu pensamento, desligar meus anseios, praticar um pouco do nadismo, dizem que é possível, faz anos que busco a tal pratica, mas nada consigo, busquei um banco bem posicionado, a frente de um chafariz, o que sempre chama-me atenção, nestes lugares quase sempre, bailam crianças, correm meninos e meninas, passeiam pequenos cãezinhos guiados por doces senhoras e vez por outra belas moças, achei ali um lugar cândido, pensei eu, tive sorte, um belo espaço desocupado, a tarde caia morna em Porto Alegre, fazia necessário um passeio de onde não avistasse apenas o lindo avermelhado pôr do sol do rio Guaíba, isto mexe demais com minhas emoções, sendo assim o parque era a melhor opção, ela não estaria lá, com certeza o rio a atrairia para pensar talvez nas mesmas coisas que eu, tentar não pensar na solidão, não lembrar nossos beijos, nossos momentos, sim, ela não iria buscar justamente a Redenção para isto, iria a um lugar onde possivelmente eu, abstrato estaria, onde passávamos as tardes, admirávamos e jurávamos amor eterno ao pôr do sol, é claro ela iria lá recordar tudo...
As crianças aos poucos foram chegando, os cachorrinhos corriam de um lado para outro, o sol vencia alguns galhos e timidamente criava um belo contraste com as águas do chafariz, pássaros faziam uma algazarra gigantesca ao buscar um lugar para anoitecer, os pipoqueiros faziam seus melhores negócios, não sei explicar os motivos do florista ter desaparecido, talvez seja o mesmo pelo qual o fotógrafo lambe lambe não marca mais sua presença, uma menina corre e deixa cair sua bola ao meu lado, _posso pegar? Pergunta ela , -pode, com um sorriso lindo destes, ela saiu feliz saltitando e dando gritinhos de alegria, deixei meu braço cair sobre o colo, fiquei ali, parado, estático, pensamento no vazio, no quase nada, muitas perguntas, sem ter a quem fazê-las fazia a mim mesmo, crianças são felizes com muito pouco, nós adultos, buscamos tanto para encontrar a felicidade, não basta este solene e puro momento? Não basta este final de tarde romântico pela própria natureza? Não, sempre buscamos um pouco mais, não conseguimos dimensionar o estado de felicidade, se não estivermos cheios, completos, queremos o tudo de todas as coisas aí então a danada da felicidade, parece que nunca chega, um momento de filosofia pura, logo eu, que nunca parei pra filosofar, sempre andei de galho em galho, de coração em coração, mas desta vez, senti-me nocauteado, beijei a lona, provei o gostinho da solidão.
Sentado num solitário banco do Parque da Redenção, admirando crianças, cachorrinhos, pássaros e namorados, aos beijos, aos amassos, parece apenas para fazer minha memória recuperar sentidos, o banco foi ficando frio, o chafariz foi perdendo a graça e as crianças já não pareciam-me tão felizes, decido voltar, tentar em casa fazer aquilo que na rua não consigo...esquecer.
O porteiro envia-me uma saudação feliz, as pessoas andam felizes, eu, apenas, vivo, tento sobreviver.
No décimo andar minha vista para o Guaíba é linda, poética, volto à sacada, lá ao longe desfilam pequenos barcos, alguns veleiros aproveitam a brisa do quase noite para exibir suas belezas exponenciais, rotina, pura repetição de outros dias tantos, penso eu, lá ao fundo, sentada solitária num frio banco, a admirar o lindo cair da tarde, uma moça, loira, cabelos contrastando com a beleza das águas, uso um binóculo de aproximação, jamais sua lente retratara-me tamanha beleza, ela, simplesmente minha linda, estava lá, no mesmo lugar, talvez, quem sabe com o pensamento voltado para o nada, tentando de algum modo encontrar o puro nadismo, ela filosofando, logo ela que sempre andara de galho em galho, de coração em coração, tremi, tentei desfazer minha surpresa, mas voltei a tremer, minhas mãos transpiraram, meu coração parecia querer de algum modo sair pela boca, mais um pouco e não caberia na caixa toráxica, tomei a única decisão que poderia manter-me vivo, desci, atravessei alguns quarteirões e...
Reencontrei a felicidade.
Por Wcastanheira Em pensamentos de um final de tarde, momentos poéticos entre devaneios e meditações filosóficas, pra vcs, bjos, bjos.

6 comentários:

  1. A SOLIDÃO TEM UM GOSTINHO ESPECIAL..
    SABE A LOUCURA PERDIDA...
    DESVANECIDA... POR ENTRE...
    AS NESGAS DE SOL...
    MEUS OLHOS FICAM PERDIDOS....
    MEUS PENSAMENTOS POÉTICOS...
    MEUS LÁBIOS CARNUDOS ARDEM ...
    DE DESEJOS PELOS TEUS BEIJOS...

    OLA CASTANHEIRA AMEI OS SEUS DESVANEIOS
    BEIJO

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  2. Passei para te deixar um abraço e desejar um ótimo domingo amigo.

    beijooo.

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  3. Que bonito é em momentos de solidão que vemos mais claramente as coisas boas ou más.

    Bom domingo!
    Beijosssss

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  4. vim agradecer por ter aquecido meu dia ontem

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  5. Boa noite meu querido.
    Um beijo grande.

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  6. Desejo uma ótima Semana!

    Que cada dia seja repleto de muitas alegrias!

    beijooo.

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