A musa o vestido floral....E a franja.

O dia estava apenas começando, o sol mostrava-se no horizonte, os pássaros já haviam acordado e com seus trinados delicados aos poucos também faziam acordar às pessoas, ela, simplesmente espreguiçou-se, virou de lado, deixou cair o lençol e foi ao banho matinal, a água morna deslizava suave sobre seu corpo mignon e delicado, saiu do banho, enrolada na toalha branca com o cabelo ainda molhado e desalinhado, aos poucos foi secando seu corpo bonito e pensando, que roupa usar?
Atirou a toalha pra cima da cama e caminhou meio na ponta dos pés, aliás, sempre me intriga porque algumas mulheres ao caminhar descalças o fazem como se estivessem usando saltos, andam na ponta dos pés? Por instantes fechou os olhos, com os braços abertos espreguiçou-se com a vontade de uma bailarina ao preparar-se para mais um show, sentiu uma onda fria a percorrer o corpo, levando-a arrepiar-se por inteiro, inclinando a cabeça prendeu os cabelos, para em pouco tempo dar a eles o toque final, sair com ou sem franja? Eis uma grande duvida, porém havia com ela mesma um trato, os admiradores da franjinha, terão que esperar um pouco mais uma vez que fez uma promessa de encerrar o ano sem franja, a minha musa de franja, confesso que sou um dos mortais a criticar o tempo pela sua morosidade em passar.
Diante do roupeiro, porta aberta, eis a grande questão, que roupa usar? Como uma simples mortal, as musas também vacilam e meditam diante deste momento, descer um vestido experimentar, descer outro, apenas olhar, tentar outro e ficar a admirar a outro, que duvida cruel, eis a musa diante de uma grande confusão em sua cabeça, o que usar, seria um vestido, mas qual?
Repentinamente, uma certeza invade-a e decide por um vestido lindo na sua simplicidade e delicadeza.
Opta por um branco com suave motivos florais em vermelho, com um delicado detalhe superposto em branco marcando a cintura modelada e bonita, ainda o toque sutil e feminino de um cintinho para realçar a beleza da musa, a harmonia do conjunto fez dela uma mulher completa, bela e altiva, sem ser a destaque de qualquer festa uma vez que mulher e vestido chegaram juntas, andaram harmoniosas e lindas as duas beldades, um par de brincos com argolas estilizadas sobrepostas davam um charme a mais em todo o seu modo de encantar, mulher e vestido, o que nem sempre acontece quando algumas optam por modelos extravagantes que por vezes apagam a silhueta feminina.
Entrei na festa e repentinamente meus olhos fitam a bela musa sem franja, porém não sei a ver sem desequilibrar-me diante de tamanha beleza, balancei, tremi e fiz de conta que era apenas um ritual normal, mas a beleza do vestido floral com a cintura em branco completava-se com a imensurável simpatia da moça de cabelos longos e sorriso franco, _ Oi menino lindo! Que menino? Se meu atestado temporal fala-me de um cinqüentenário, porém aos poetas parece que o tempo não passa, nem sempre nos deixamos apegar a estas coisas temporais, pensei eu e assim feliz fiquei, a festa transcorreu normal, mas aos poetas cabe imaginar, sonhar, delirar e neste delírio afinado com as estrelas esperar por um dia encontrar a musa da franja usando o seu sensual vestido e quem sabe em delírios desatar o nó daquele laço que o prende ás costas bonitas, seus ombros nus, seu perfil esguio, levam qualquer poeta ao delírio do sétimo céu, viajar em colchões de nuvens, deliciar-se em algum anoitecer quase eterno, pois eterno é o tempo da poesia e imensurável o tempo de cada momento de felicidade, a musa, o vestido e o poeta, ali nos encontramos, ali fizemos nossa viagem de felicidade, na imaginação fértil de quem a vida, por prazer...Poetiza, o tempo passa a distancia não vai impedir de um dia rever a musa de franja, saudades...

Por: Wcastanheira Em delírios de um final de tarde, viajando, delirando no sonho da beleza da mulher e do encanto do vestido e da franja, meu trio preferido. Pra vcs bjos e bjos.