Ah, e dizer que isto vai acabar,
que por si mesmo não pode durar, ela ama a pessoa errada ou pelo menos no
momento incerto.
Não, ela não está se referindo ao
fogo, refere-se ao que sente, o amor, este amor confuso, que não aquieta e sim
inquieta, agita, confunde coração e alma.
O que sente nunca dura, o que
sente sempre acaba e pode nunca mais voltar, é hoje na sua vida mais uma
experiência, mas uma tentativa de viver um imensurável amor e quem sabe um dia,
ser feliz.
Encarniça-se então sobre o momento,
come-lhe o fogo, encara os desafios, o tempo é sempre fugidio, o amor não se
afirma, mas confirma que mesmo assim vale à pena enfrentar as dores e os
desafios deste amor e o fogo doce arde, arde, flameja.
Então, ela que sabe que tudo vai
acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde,
arde, flameja, inquieta para aproveitar do tempo, todo o tempo que lhe for
oferecido, pois o amor que ade, aperta, flameja e a faz voar, faz vibrar
coração, entranhas e alma.
Clarice
Lispector
POR:
Wcastanheira Em delírios do poeta, hoje
assim apenas ao amor poetizando, estes amores ocasionais, virtuais, escondidos,
mas mesmo assim, vividos, obgado Clarice. Pra vcs bjinhos e bjinhos.
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