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terça-feira, 14 de abril de 2009

POR HOJE FALAREI DA FERNANDINHA

FERNANDINHA

Hoje e só por hoje, vou falar da Fernandinha, uma moreninha, pequena, assim, como comparar, sei lá pequena apenas mignom, cabelos, ah, os cabelos da Fernandinha, incomparáveis, macios, escorregadios, como toda ela, leves, sabe, de um cheirinho de shampoo Jhonson, Fernandinha é toda cheirosa, assim, com aquele aroma de talquinho pom pom, uma delícia, o bom dia dela, parece um... um... ronronar de gata mimada, aquelas que se enroscam na gente, pra pedir carinho, Fernandinha, não caminha, ela não anda igual outras meninas, ela flutua na rua ladrilhada, parece que apenas pra ela, e assim todo dia ao amanhecer fico ali, esperando por ela passar, parece que a banda deve tocar pra ela a cada dia, parece que a torcida do Flamengo a espera diariamente, parece que uma torcida organizada a aplaude de pé, tal é a faceirice desta boneca encantada, poucos já ouviram sua voz, a não ser aqueles que primam por estar com ela no dia a dia, no escritório tem uma sala própria, ao lado chefe, que jamais a deixa sair, depois que entra Fernandinha, acho que pertence absolutamente a ele, outro dia tive a dura tarefa de adentrar a sala para carimbar um documento, nooossa, quando aquela beldade levantou, ergueu-se comigo um mundo de fantasia, um carrossel de sonhos, delirei, viajei, fui ao etéreo e voltei várias vezes, não acreditei, estava ali, pertinho, quase, mas quase encostando minha mão na mão da Fernandinha, senti de perto bem de pertinho o aroma do seu cabelo que de leve encostava à minha mão para dar uma carimbadinha, não acreditei quando ouvi um ronronar delicado.
-Onde ponho o carimbo?
Tremi, suspirei e... fiquei assim como ficam os mortais diante das coisas quase incrédulas, não consegui responder muito além dum, -queee?
-Onde o Sr quer o carimbo?
-Aaaqui, respondi meio tonto, aquela mãozinha tocou minha mão, a mão da Fernandinha, era curtinha, cheinha, quentinha, com as unhas delicadamente pintadas, acha que com uma estrela, parei de respirar, tentei ver a cor dos seus olhos, mas qual minha surpresa, ela não levanta o olhar.
Dei-me por feliz em ter ficado, assim tão próximo, tão corpo a corpo, finalmente foi uma vitória espetacular, provar daquele aroma e um pouco daquele calor. –Só isso? Perguntou ela, com uma suavidade na voz que mais parecia vindo do céu, talvez seja assim que falam os anjos, -posso sentar? Obrigado muito obrigado e fiquei ali, adimirando aquela escultura mignon, num lance delicado, macio, altivo e encantador ela sentou, não, vocês não imaginam como a Fernandinha senta, uma coisa descomunal a sentadinha dela, primeiro com as mãozinhas delicadas afasta a cadeira, aproxima uma perninha, ergue um pouquinho a sainha e vai sentando lentamente, mas tão lentamente que parece flutuar antes de deixar cair seu... como chamar.... não sei, mas com certeza não tem o mesmo nome do das outras mulheres, mas sentou, alinhou as duas perninhas, que maravilha, eu ali, pasmo, boca aberta a admirar a sentada da Fernandinha, acomodou a saia, puxou um pouquinho, deixando amostra um palmo, não medi, mas com certeza era um palmo acima dos delicados joelhos, suas pernas não são nem grossas, nem finas, nem morenas demais nem claras em demasia, elas teem a dimensão exata, o tamanho e a espessura certas do encanto, da loucura e da maravilha tentadora a um homem, eu ali, basbacado, encantado, admirado, quando ela perguntou, -precisa de mais alguma coisa Sr? –Eeeeu? Não, só tava aqui. –então não quer mais nada?
Como dizer a verdade, pensei, pensei e lentamente fui saindo, deixando pra trás aquela moldura, aquele monumento em forma delicada de mulher, era preciso fazê-lo, senão possivelmente a polícia havia de ser chamada não para me tirar de lá, mas para me remover, tão patético que fiquei.
Noutro dia, tomando uma cerveja, distraindo-me com amigos num bar , entre uma rodada e outra, qual minha surpresa, levantou Arnaldo pé de valsa e diz, -pessoal, me desculpe, mas tenho que sair. –fica mais um pouco, que nada toma mais uma, bradou um amigo do grupo, -não, não posso, preciso buscar minha caninana.
-Caninana,? Bem, se é assim, vai lá, pois a mesma deve estar esperando.
Ele saiu, mas saiu de um modo tão simples que sequer deixou a impressão que sua caninana merecia uma pausa naquele tão importante momento, continuamos bebendo umas cervejinhas, num papo descontraído, mas... repentinamente, quase num piscar de olhos, quem? Quem? Quem passa por nós?
O Arnaldinho pé de valsa, com nada menos, nada mais que a Fernandinha a tira colo, babamos, não, não acreditamos, o Arnaldinho? –Olha o Arnaldinho, falou o Zeca, olha, -olha o Arnaldinho, falou o Miltinho do bar e eu... apenas, segurei o queixo assim mesmo, como tu imaginas, segurei com o polegar e o indicador, baixei a cabeça como que não acreditando no que via com estes olhos que a terra com certeza há de comer.
Pensei, com mulher bonita homem nenhum tem valor, só destacam o milagre que ele consegue fazer, mas o Arnaldinho, deve ser porque é dançador e lá ia ele, sei lá mais se via a ela, ela sim, não caminha, desliza, aliás flutua, paira no ar, sumiram na esquina, após um longo, infindável, incontável silêncio, alguém falou, -O que faz a dança, -é mas logo ali ele dança, disse outro, e como sempre tem um que avalia a situação, disse logo, -é, mas mais vale um filé com os amigos que um osso solitário, e assim pedimos outra e outra e aos poucos fomos voltando par casa, com a Fernandinha na cabeça e a coisa assim ficou pra outro dia, a grande dúvida, se Arnaldinho chama aquilo de caninana, como será pra ele um filé??
Ou a Fernandinha apenas gosta de dançar e... fazer dançar???
PENSE!!!
Voltaremos.

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