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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Canção da plenitude...À mulher madura.

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
Sou toda a mulher que a vida ensinou a ser, 
que o tempo e o amor, ensinou a viver.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: Dou-te os meus ganhos, daquilo que vivi...
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.

Hoje aceito ser mimada, admirada ou quem sabe por ti, 
apenas admirada, me basta isto e mais nada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: Esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

Assim quando te vais, posso te aguardar, 
posso te esperar, pois aprendi a não ter pressa para amar
e também que ao gozo de contigo estar, vale, me basta esperar.
Martha Medeiros

POR< Wcastanheira  Em delirios de um final de tarde, hoje copiando este mimo ao amor maduro, à mimosidade à maturidade da mulher, inspiração pura dos anjos à Martha Medeiros. Pra vvcs bjinhos e bjinhos.

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