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terça-feira, 12 de março de 2013

A solidão no Leblon, Rio...


A chegada ao Leblon foi quieta, calma assim como as águas tranquilas daquele final de tarde, subir ao apartamento desfazer as malas, um bom banho, normalmente fazem parte de um quase ritual quando visito a princezinha carioca, o voo fora tranquilo, mas solitário, não gosto quando a poltrona ao meu lado fica vazia, sou acostumado às boas companhias, porém hoje precisei viajar sozinho, a empresa por corte de gastos acha que secretária não é investimento e sim despeza, uma visão distorcida dos tempos modernos, onde net books, note books parecem suprimir pessoas que teem alma, sangue, coração, pensamentos e ação, mas o que fazer diante da corrida capitalista vigente?
Nada? Não, não viajo sem antes deixar meu protesto, gosto de estar acompanhado de quem registra no ato minhas ideias e futuras proposições, sou um profissional criado com o apoio destas incríveis mulheres, é muito solitária a chegada à grande cidade sem uma inteligente companhia, a sala de espera fica fria, o atendente um exímio profissional, nada mais, o caminho até o elevador é um quase um suplício e a chegada ao aprtamento nada tem de especial, além do mais não há com quem trocar a ideia de um bom restaurante para um aconchegante jantar, sem falar que não há contraponto na escolha do cardápio, nem a indecisão entre um bom chopinho e o degustar de um gostoso vinho, secretárias, belas e inteligentes, sim pois feias não existem, que falta fazem para completar qualquer executivo que deseja ser pelo menos razoável em atender suas complicadas e apinhadas agendas, as secretárias são o complemento da alma de satisfação de qualquer bom profissional, porém hoje o mundo capitalista entende que uma boa rede virtual e um celular de ponta podem superar esta necessidade de quem trabalha com público, planejamentos, custos e receitas, eu, protesto, mas sou obrigado por conta da carreira, tentar entender este dinamismo do capital.
A porta abre-se devagar, o banheiro parece imenso, as toalhas sempre diametralmente dobradas, nem sei qual o motivo, mas parece-me que os hotéis entendem que a arte de dobrar toalhas conquista clientes, sei lá quem sabe, a regulagem da água é sempre comigo um suplício, talvez seja eu meio matuto nisto faz alguns anos que tento aprender a melhor mistura e não consigo, também quando tenho uma companhia sempre peço para fazer isto, assim deixo de passar por esta dificuldade coisas destas secretárias executivas que executam quase tudo, são verdadeiros anjos em nossas vidas...
Tomar banho, vestir uma bermuda e escolher uma camisa que me deixe liberto faz parte da minha necessidade básica antes do jantar, a noite avança sobre a beleza da princezinha do Rio, sou um amante do Leblon, da sua poesia, dos seus jardins, das ruas calmas e dos pássaros que ainda restam em alguns projetos de floresta urbana, decido apenas dar uma volta pelos arredores do hotel, escolho um conhecido restaurante na Delfim, hoje nem quero andar até a Vieira Souto, decido ficar por perto, vejo  que falta faz uma boa companhia, decido o prato, escolho o chopp e não há quem conteste minha decisão, que ruim assim, gosto quando tenho que tentar provar que sei optar por uma boa comida e uma salutar bebida...
Retorno ao hotel e fico pela janela a adimirar a beleza do leblon e a imensidão das praias cariocas, o telefone toca, um atendente zeloso e conhecido oferece-me o book do hotel, com belas moças e inteligentes companhias, o dinheiro paga a satisfação da carne, mas e o prazer da alma?
Não sei, apenas aceitei olhar o book e pensar...Pensar...

POR: Wcastanheira    Hoje delirando na solidão de um homem apesar da multidão do Leblon. Pra vcs bjos e bjos

7 comentários:

  1. Sim, as relações passaram a ser virtuais, inclusive as secretárias.

    Bjo!

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  2. Solidão por opção até que é bom, mas imposta é horrível.
    Um grande bj querido amigo

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  3. Pois é, a solidão é cada vez mais imposta.
    Infelizmente!

    Bjo tio Castanha.

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  4. É, hoje o mundo só pensa em satisfazer o ego, mas a alma sempre está vazia... E as pessoas não conseguem encontrar a alegria, porque acham que estando conectadas, já estão acompanhadas...

    Adolecentro

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  5. Bom dia tio...
    Só esqueceram de pensar que baterias, navegadores e imagens... Não substituem pessoas, companhias e presença. Enfim o próprio ser humano se acha substituível por máquinas...
    Parabéns, lindo seu pensamento.
    E agradeço ao seu carinho, as palavras de apoio...
    Bjus

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  6. Tio por que não me levou nessa viagem? RUM!
    Até de férias a poesia viaja contigo.

    P.S: Nada de tristeza! Melhor a solidão em companhia de uma bela meditação, que uma solidão no meio de uma multidão.

    www.reticenciando.com

    Milhões de beijos

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  7. A solidão é cada vez pior, o próprio ser humano se acha substituível por máquinas... :/

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