
A manhã daquele dia parecia com luz especial, o delta do Guaíba em Porto Alegre amanhecera em cor prateada, uma luz tênue, delicada, ainda de fracos raios solares iluminava meu quarto, a aura de todo ele era uma aura de amor e paz, Fernandinha é realmente uma musa dorminhoca, enquanto abria a sacada para melhor iluminar seu corpo, percebia seu ronronar delicado de gatinha manhosa, apenas um lençol semi cobria a bela moldura humana ali em minha cama exposta, preparei um café especial, ela adora quebrar o jejum com um delicado suco de morangos, então...tarefa especial do tio , agradar sua jovem musa.
A cortina permitia uma imagem perfeita com translúcida luz, minha musa vira-se delicadamente num sensual decúbito dorsal, lentamente enquanto delicio-me com a imagem, meu pensamento flutua em todas as possibilidades deste sonhado momento, recosto-me à cama, pouso minha mão sobre a testa da musa enquanto alinho seu cabelo, longo, macio e ainda perfumado do nosso demorado banho de ontem a noite, percebo seus amendoados olhinhos entre abertos, sua boca parece murmurar, - tio, beija-me, estou esperaaaando (que pensamento criativo tenho eu neste momento), a delicada mão de Fernandinha pressiona minha mão contra a sua cabeça, enquanto a outra vai lentamente percorrendo cada centímetro do seu escultural e delineado corpo, vou descendo até que não consigo passar sem que ela pegue meu polegar e fique ali, sugando, lambendo, brincando, não sei de quê, aos poucos vamos nos acomodando, nos encaixando um ao outro, o sol lá fora? Deixa-o, finalmente pra que foram feitas as manhãs dominicais? Fernandinha despreza ao lençol, sua mão percorre meu corpo demorando-se onde ela mais deseja, apertando delicadamente como deseja, assim ela sente o pulsar frenético da minha paixão...
Enquanto descansamos um no abraço do outro, o café esfria na mesa, ela vira-se de lado, uauauau e que lado, apanha um copo com suco, põe-se sentada na cama e aos poucos vai saciando sua sede matinal, _ quer um pouquinho? Ah, claro que quer, vem cá, aqui pertinho, dá pra nós dois, recosto-me ao corpo dela e vamos ali deliciando-nos com um suco de saudáveis morangos, confesso que está entre minhas prediletas frutas, ela repara no relógio, _ Noooossa que horas e agora o que faço?
_Fica com o tio.
_Naãããooo, preciso dar um jeito, arranjar uma desculpa ou meu namorido, já era.
_Namorido?
_É ou pensas que sou casada? É meu noivo ou...Era, agora já nem sei...
_Fica calma, diz que tivesse que socorrer uma amiga que passou mal na festa, o teu celular está com ele, nada melhor que dizer que sequer tinha como avisá-lo tendo em vista a falta do telefone, então você decidiu voltar com ela e ficar, viu? Barbadinha, mole, mole, até eu acreditaria.
Enquanto isto apanha um morango e vai mordiscando-o lentamente, de um modo tão delicada que tortura-me, eleva meu pensamento, viajo, mas confesso que apenas pensei, o tio estava... Cansado, esgotado, feliz, feliz, felizzzz.
Fernandinha é mesmo surpreendente...
_ÓH, se fiquei lá, então até posso também almoçar lá e voltar pra tomar um café com meu namorido, senão o pobre pode ficar muito magoado.
_ Boa garotinha, bela idéia, pega, liga pra ele...
Por: Wcastanheira Da série o conto não pode parar, decidi hoje dar uma pequena sequência na história da Fernandinha, estava e está tão bom que parar? O poeta quase não consegue e agora, onde irão almoçar? Almoçando, após um delicioso vinho da serra gaúcha, espero que o tio esteja com forças renovadas, a musa é jovem, é esperta e gosta do que faz, será que o tio recupera as energias? Não sei, anjos dirão. Pra vcs bjos e bjos.