
Hoje acordei no meio da noite com a camiseta molhada, grudada ao corpo, levantei e passei os olhos no relógio, cedo demais, para visitar meu amor. Os ponteiros marcavam meia noite. Certamente estarias dormindo, sentei à beira da cama, tirei a camisa, senti o vento beijar as minhas costas, fechei os olhos, parecia que podia sentir teus lábios se embebendo de minha pele, ali, tão molhada, tão macia ao toque de tua boca, passei a mão pelas costas, cravei as unhas a alguma altura, arranhei-me, imaginando ser tua mão a me marcar como teu.
E tu ainda rias quando eu confessei ao pé do ouvido, que estavas me transformando em um viciado, era pouco mais de meia noite, já não fazia tanto tempo que havias seguido ao teu apartamento, eu aqui, retendo os pensamentos que me levam a ti, estaria realmente adormecida, naquele momento? Pensarias em mim, caso estivesse tão insone, como eu? Desejaria tomar-me como teu, como eu assim desejo sentir o calor dos teus beijos? Como os anjos dormem?
Levantei da cama, dei alguns passos, passei a mão no telefone, disquei. “Não! Tu ainda dormes, eu deveria estar fazendo o mesmo!” Mas, o que fazer quando me tomas os pensamentos, dominas assim todos os meus desejos? Não, não posso comigo, preciso de um alento, ainda que egoísta preciso de um cálice de tua voz em meus ouvidos, um pouco dos teus carinhos, preciso sentir teu amor em mim.
O que importa como me julguem? Apenas dos teus lábios recebo ordens sem recorrer, abri a porta do guarda-roupa, peguei da primeira calça que vi pendurada, uma calça jeans surrada, uma camiseta branca, borrifei perfume por todo o corpo, calcei um tênis um tanto apertado, passei a camiseta pelo ombro, fui em busca das chaves do carro. Olhei pela janela da sala, os relâmpagos se misturavam a chuva, as gotas que caíam dos meus cabelos molhados escorregavam pelo meu rosto, indo de encontro ao meu peito. Quando coloquei a chave na porta, com a intenção de abri-la, tu me surpreendes, abrindo a porta primeiro, para depois, fechá-la mais uma vez.
Minha surpresa não foi por ti ignorada. tu trazias os cabelos molhados, mas as gotas caíam sobre tua blusa quase que translúcida, eu olhava fixamente os teus olhos, mas os teus se prendiam somente na minha boca. Quando minha língua se adornou dos lábios, percorrendo-os lentamente, tu me tomas em um só beijo, fazendo-me cair, me empurras o peito com força, joga-me no sofá da sala. Deixas cair sobre mim o teu corpo, beijas-me inteiro, mordes-me, confessas-me teus desejos, chamas-me ao ouvido pelo nome, consomes-te de meus carinhos, sussurras a ode de nosso incontrolável amor.
Desces as mãos pelo meu peito, arranhas de leve e macio com as tuas unhas. beijas-me a boca, sente meu cheiro atrás do ouvido ao meu pescoço, confessa enfim, o quanto eu te deixo louca, com os lábios aterrados ao meu ouvido, tu continuas dizendo que queres ficar só comigo, enquanto tuas mãos desabotoam toda a minha roupa.
E quando eu te tomo nos braços, segurando-te pelo rosto, afastando-te os cabelos, o relógio do quarto dispara, anunciando mais uma alvorada, despertando-me do sonho que me consumiu por toda a madrugada, que me fez acordar com a minha camiseta molhada.
Por: Wcastanheira Em delírios de um final de tarde, viajando, passeando pela delícia de viver um grande sonho de amor, molhar, encharcar-se neste sonho maravilhoso do faz de conta. Pra vcs bjos e bjos.